quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Crítica - Desejo e Reparação

Sim, eu sei, no canto esquerdo de vosso monitor encontra-se um recado dizendo que o próximo filme a ser resenhado por mim após “O Poderoso Chefão – Parte III” seria a obra-prima de Federico Fellini: “8 ½”. Contudo, ao saber que “Desejo e Reparação” seria lançado nos principais cinemas brasileiros na próxima sexta, dia 11, decidi mudar o meu foco e conferir o mesmo, lançando pela primeira vez no Cine-Phylum, a crítica de um determinado filme antes da estréia do mesmo. De tal forma, poderei dar ao leitor a oportunidade de ler uma opinião minha antes de conferir o filme. Contudo, já informo que não tornarei hábito meu tomar decisões como esta, portanto, da próxima vez que disser: “o próximo filme a ser resenhado será “X versus Y”” podem ter certeza que o próximo filme que resenharei será “X versus Y”.





Ficha Técnica:
Título Original: Atonement
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 130 minutos
Ano de Lançamento (Inglaterra): 2007
Site Oficial: http://www.atonementthemovie.co.uk/
Estúdio: Working Title Films
Distribuição: Focus Features / Universal Pictures / UIP
Direção: Joe Wright
Roteiro: Christopher Hampton, baseado em livro de Ian McEwan
Produção: Tim Bevan, Eric Fellner e Paul Webster
Música: Dario Marianelli
Fotografia: Seamus McGarvey
Desenho de Produção: Sarah Greenwood
Direção de Arte: Ian Bailie, Nick Gottschalk e Niall Moroney
Figurino: Jacqueline Durran
Edição: Paul Tothill
Elenco: James McAvoy (Robbie Turner), Romola Garai (Briony Tallis - 18 anos), Keira Knightley (Cecilia Tallis), Saoirse Ronan (Briony Tallis - 13 anos), Vanessa Redgrave (Briony Tallis - idosa), Brenda Blethyn (Grace Turner), Juno Temple (Lola), Alfie Allen (Danny Hardman), Nonso Anozie (Frank Mace), Benedict Cumberbatch (Paul Marshall), Michelle Duncan (Fiona), Daniel Mays (Tommy Nettle), Gina McKee (Enfermeira Drummond), Jérémie Renier (Luc Cornet), Charlie von Simson (Jackson), Felix von Simson (Pierrot), Harriet Walker (Emily Tallis), Ben Harcourt (Jackson - 13 anos) e Jack Harcourt (Pierrot - 13 anos)


Sinopse: Em 1935, no dia mais quente do ano na Inglaterra, Briony Talles (Romola Garai) e sua família se reúnem num fim de semana na mansão familiar. O momento político é de tensão, por conta da 2ª Guerra Mundial. Em meio ao calor opressivo emergem antigos ressentimentos familiares. Cinco anos antes, Briony, então aos 13 anos, usa sua imaginação de escritora principiante para acusar Robbie Turner (James McAvoy), o filho do caseiro e amante da sua irmã mais velha Cecília (Keira Knightley), de um crime que ele não cometeu. A acusação na época destruiu o amor da irmã e alterou de forma dramática várias vidas.



Antonement Trailer



Crítica:



Quando analisei “Orgulho & Preconceito” lembro-me de ter mencionado que uma das poucas falhas do mesmo era o final previsível que o roteiro possuía, entretanto, o caminho percorrido até o seu desfecho era simplesmente formidável. Em “Desejo e Reparação” parece acontecer justamente o contrário. Na verdade, seria mais correto dizer “parcialmente” o contrário. Se por um lado temos aqui um desfecho perfeito, imprevisível e original, por outro lado temos uma estória que, surpreendentemente, não consegue cativar o espectador, ao contrário da obra antecessora do genial Joe Wright. E quando digo surpreendentemente o faço no sentido literal da palavra. Algo estranho ocorre com este filme, algo que impede com que o público se relacione com o mesmo. O longa conta com aspectos técnicos fantásticos, diria que são até superiores a “Orgulho & Preconceito”, mas a estória é estranhamente desenvolvida de maneira fria, mantém o espectador distante, parece até que há algo sendo feito propositadamente para evitar com que possamos nos relacionar com a estória e seus personagens. Uma sensação absurdamente estranha eu diria, pois como fôra supracitado, o longa conta com aspectos técnicos e, até mesmo artísticos, fantásticos. A direção de Wright é detalhista e revolucionária (o destaque vai para a seqüência onde o diretor realiza seus impressionantes travilings a fim de seguir o caminho feito pelo protagonista em uma praia lotada de soldados mortos, uma das poucas cenas onde temos a impressão que o filme possui alguma alma), a edição é perfeita e permite com que o roteiro possa acompanhar paralelamente as estórias dos três protagonistas, unindo-as de maneira bem conveniente em seu final. Enfim, com tantas qualidades assim fica difícil falar mal do filme. A única parte visivelmente ruim é o início do mesmo. Nesta parte o longa falha técnica e artisticamente falando, a edição é muito inconveniente em alguns momentos e o roteiro investe demais em personagens pouco importantes, além de ser extremamente imaturo. As atuações estão todas razoavelmente ruins e até mesmo Keira Knightley se sai mal.



Nota: 7,0 na escala de 10,0.



P.S.: Estive pensando melhor e decidi atribuir uma nota 7,0 (sete) ao filme, ao invés de 6,0 (seis), conforme havia feito anteriormente. Afinal de contas, a perfeição técnica adotada pelo mesmo em seus dois últimos atos acabou contando, e muito, para a sua avaliação final.


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7 comentários:

R. disse...

Nossa, então a Palito tá um horror, pra chegar ao ponto de você reconhecer isso =P

Mas eu ainda tenho fé em Desejo e reparação. Por causa do trailer (embora o trailer de Dália negra tenha sido incrível e o filme, uma das maiores decepções que já tive)

Daniel Esteves de Barros disse...

Rômulo, só gostaria de frisar que esta foi uma opinião bem pessoal minha. Fiz a mesma coisa com "A Rainha". Creio que tanto o filme protagonizado por Helen Mirren quanto o filme protagonizado por Keira Knightley possuem aspectos perfeitos, mas ambos não conseguiram me cativar, não conseguiram me fazer, como eu posso dizer, sentí-los.

E sim, Keira Knightley se saiu mal a meu ver. Achei-a incrivelmente inexpressiva e sem carisma neste filme.

Anônimo disse...

Esquenta não, ela não tá sem carisma e inexpressiva, ela É sem carisma e inexpressiva.

hahahahahhahahahahahhaha

Daniel Esteves de Barros disse...

Assista a "Orgulho e Preconceito" e tire suas próprias conclusões.

R. disse...

"Esquenta não, ela não tá sem carisma e inexpressiva, ela É sem carisma e inexpressiva.

hahahahahhahahahahahhaha" [2]

E sim, eu vi Orgulho e preconceito. Se salvam o Donald Sutherland, a atriz que faz a esposa dele, a fotografia e a trilha sonora =)

Daniel Esteves de Barros disse...

"Se salvam o Donald Sutherland, a atriz que faz a esposa dele, a fotografia e a trilha sonora..."


...e o roteiro, a direção, a direção de arte, a montagem, o figurino e atuações de Keira Knightley e de Matthew Macfadyen

Unknown disse...

A atuação de Keira está longe de se salvar. Ela conseguiu estragar com uma das mais interessantes e sensíveis personagens da literatura de Jane Austen: Elizabeth Bennet. Estranhíssima, lambe os dedos enquanto come e dando risadinhas tolas que não tem a menor graça e e nem graciosidade. "Orgulho e Preconceito" funcionou pela direção primorosa do Joe Wright. Sou muito mais a Jennifer Ehle da série da BBC (feita para o papel), do que a Olívia Palito...quanto ao Mr. Darcy, ficam empatados; Colin Firth é um arrogante misterioso e Matthew Macfadyen, um compenetrado orgulhoso. :)