sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Comentários Pós-Oscar



Ai, ai, ai... de que maneira eu poderia me desculpar com relação aos inúmeros erros que tive em minha previsão para os vencedores do Oscar 2008®? Eu bem que poderia dizer que muitos filmes ganharam inesperadamente, o que de fato ocorreu, mas acredito que grande parte de meus erros tenha ocorrido em razão a minha teimosia. Tudo realmente indicava que “Onde os Fracos Não Têm Vez” iria levar os prêmios de Melhor Filme, Direção, Roteiro Adaptado e até mesmo Montagem, que acabou perdendo para “O Ultimato Bourne” (esta que, para mim, fôra a maior surpresa de todo o Oscar®), mas ainda assim decidi apostar numa surpreendente e, por que não dizer, improvável vitória de “Sangue Negro” nesta reta final.

O resultado é que o filme dos Coen, assim como todos esperavam (salvo esta mula teimosa que vos escreve), foi o grande destaque da noite do Oscar® e faturou quase todos os principais prêmios.

O que achei da premiação? Justa, até certo ponto. É óbvio que em virtude de meu fanatismo incondicional por “Sangue Negro” estava torcendo pela obra-prima de Paul Thomas Anderson, mas o fato de “Onde os Fracos Não Têm Vez” ter levado o prêmio não me deixou necessariamente magoado (decepcionado, viria mais a calhar nesta hora).

O fato de um filme extremamente inovador ter levado o prêmio principal demonstra que, felizmente, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas não está mais tão conservadora quanto antigamente. Sempre disse que “Sangue Negro” era um filme mais redondinho e tinha mais a cara de Oscar® que “Onde os Fracos Não Têm Vez”, mas a vitória do filme dos Coen sobre a obra de Anderson demonstrou, ao menos, que os membros da Academia estão valorizando cada vez mais os projetos ousados e arriscados.

Outro acontecimento que me deixou extremamente satisfeito na referida noite foi a vitória de Marion Cotillard sobre Julie Christie. Ambas as atrizes se saíram muitíssimo bem em seus respectivos filmes e mereciam a vitória, contudo, seguindo a lógica de que o bairrismo e o ufanismo dos membros da Academia chega a ser exacerbado, era muito mais provável a vitória de Julie Christie, que fez uma atuação em língua inglesa. Felizmente os votantes decidiram fazer justiça e premiaram Cotillard, que se mostrou um pouco mais competente que Christie em sua composição. De uma só vez matou-se dois coelhos com uma cajadada só, a Academia esqueceu-se da fama que possui de proteger sempre os seus queridinhos (no caso, Christie) e decidiu premiar uma atriz que, individualmente falando e esquecendo-se de sua carreira e da carreira de sua concorrente, mereceu levar o prêmio para casa e esqueceu-se também da fama de bairrista, que só premia atores e atrizes que compõem papéis em língua inglesa, não levando em conta o talento destes (lembram de quando Fernanda Montenegro perdeu o Oscar® para a apenas razoável Gwyneth Paltrow?).

Nem tão imprevisível quanto o prêmio de Melhor Atriz foi o prêmio de Melhor Roteiro Original. Para ser sincero, era bem previsível a vitória de Diablo Cody, mas a verdade é que sempre ficávamos com um pé atrás graças ao passado da roteirista. Todos sabem o quão conservadores são os votantes e o quanto eles repudiam pessoas e/ou atos que fujam dos princípios da moral cristã e/ou judia (no caso, judia viria mais a calhar, tendo em vista que a maior parte dos membros que constituem a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas seguem tal religião) e, mesmo tendo todo o favoritismo a seu lado, foi surpreendente vermos uma ex-stripper recebendo um prêmio tão importante em uma cerimônia tão conservadora como é o Oscar®.

Em suma, fiquei deveras decepcionado com alguns resultados da 80ª festa de entrega do Oscar® (fiquei mais decepcionado ainda com os inúmeros erros de dedução que tive ao elaborar meus palpites sobre os prováveis vencedores), mas no geral, gostei, e muito, de ver os membros da Academia inovando e deixando o seu característico conservadorismo de lado.



____________________________________________________________________

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Palpites finais para o Oscar 2008

É, eu sei, já havia feito um bolão da 80ª edição do Oscar há um ou dois meses atrás, mas o tempo passou, tive a oportunidade de assistir a muitíssimos filmes que estão concorrendo as mais diversas premiações (apesar de ter que confessar vergonhosamente que não conferi à maioria dos filmes que estão concorrendo) e agora minha opinião mudou consideravelmente em relação a algumas premiações.

Neste bolão, não só irei arriscar meus palpites como prováveis vencedores, como também irei justificá-los, mencionar quais são os meus filmes prediletos em cada categoria e quais têm chances de vencer, apesar de não terem o favoritismo ao seu lado.


Melhor Edição de Efeitos Sonoros:


Vencerá: “O Ultimato Bourne”.

Por que?: A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas costuma premiar os filmes mais barulhentos do ano tanto nesta categoria quanto na categoria “Som”. “Transformers” certamente é mais barulhento que “O Ultimato Bourne”, mas como diria Meryl Streep: “O Oscar é 90% de política e 10% de merecimento”. Política por política, os membros da Academia jamais dariam três prêmios a um filme comercial patético a lá “Transformers” e tendo em vista que o longa de Michael Bay vencerá “Som” e “Efeitos Visuais”, provavelmente não ficará com “Efeitos Sonoros”, sendo que este passará às mãos de “O Ultimato Bourne”.


Deveria vencer: “Transformers”.

Por que?: O filme de Michael Bay é altamente frívolo do ponto de vista artístico, mas não resta dúvidas de que é perfeito se analisarmos “Efeitos Visuais”, “Som” e, é claro, “Efeitos Sonoros”.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “Transformers”.

Por que?: Porque é excessivamente barulhento e a Academia costuma reconhecer isto nesta categoria.


Melhor Som:


Vencerá: “Transformers

Por que?: Uma vez que a Academia teria esnobado o filme de Bay na categoria “Efeitos Sonoros”, seria hora de reconhecer as extrapolações em níveis de decibéis do mesmo e esta premiação seria perfeita para isso.


Deveria vencer: “Transformers

Por que?: Odiei este filme. Para mim é mais uma porcaria, entre as outras que Michael Bay já fez, mas não resta dúvidas de que o “Som” do filme é sensacional, sendo assim, seria justo uma vitória dele nesta categoria.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “O Ultimato Bourne

Por que?: Tendo em vista que, ao lado de “Transformers”, é o filme mais barulhento do ano, este encerramento de trilogia sem dúvida alguma tem grandes chances, mas o longa de Bay é superior neste quesito.


Melhor Trilha-Sonora:


Vencerá: “Desejo e Reparação

Por que?: A trilha-sonora se mescla muito bem com o filme em questão e confere ritmo ao mesmo. Isto sem contar que o mesmo, apesar de ter sido indicado em diversas categorias, não deverá levar muitos prêmios para casa, ficando com este como uma espécie de: “prêmio de consolação”.


Deveria vencer: “Os Indomáveis

Por que?: Confesso que aqui estou sendo deveras subjetivo. Sou fã incondicional de “westerns” (me arrepio só de me lembrar dos filmes de Sergio Leone) e uma das maiores qualidades deste gênero de filme reside em sua trilha-sonora. A trilha-sonora deste “Os Indomáveis” nem de longe nos lembra a clássicos fabulosos e absolutos, tais como “Três Homens em Conflito” e “Por Uns Dólares a Mais”, mas sem dúvida alguma se mescla muito bem com a imagem do filme em questão, sendo uma das maiores qualidades do mesmo.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “O Caçador de Pipas”

Por que?: Não vejo graça nenhuma nesta porcaria maquiada de filme belo, mas a Academia parece nutrir uma certa simpatia pelo mesmo. Não fosse por “Desejo e Reparação”, o “prêmio de consolação” certamente iria para este lixo cinematográfico conservador de direita.

Obs.: “Ratatouille” também tem uma trilha-sonora estupenda e tem chances de vencer, mas acredito que seja difícil isto ocorrer.


Melhor Maquiagem:


Vencerá: “Norbit”.

Por que?: Não resta dúvidas de que este filme seja uma porcaria em grandes proporções. A maior prova disso é que a grande parte das pessoas que conheço gostaram do mesmo e o bem da verdade é que a grande parte das pessoas que conheço são completos idiotas alienados política e artisticamente falando. Contudo, a maquiagem de “Norbit” é, no mínimo, sensacional, pois é capaz de alterar o fenótipo de diversos atores da maneira mais natural e imperceptível o possível. Infelizmente, um dos piores filmes do ano, correrá sério risco de levar um troféu por debaixo do braço.


Deveria vencer: “Piaf – Um Hino ao Amor”.

Por que?: A maquiagem de “Piaf” não é tão visualmente perfeita quanto à do péssimo “Norbit”, mas se observamos com olhar artístico podemos ver que ela é muito mais importante para o desenvolvimento do filme em questão que a bomba estrelada (gargalhadas) pelo ator (gargalhadas) Eddie Murphy (se é que esta porcaria se desenvolve de alguma forma).


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “Piaf – Um Hino ao Amor”.

Por que?: Pelos mesmíssimos motivos supracitados.


Melhor Animação:


Vencerá: “Ratatouille

Por que?: Pixar e Brad Bird são os queridinhos da Academia nesta categoria. Isto sem contar que o desenho por si só é fantástico e segue todos os requisitos que um vencedor nesta categoria deve seguir. Outro ponto favorável desta ótima animação é a ousadia da mesma que critica a rigidez nossa, de críticos de Cinema, utilizando para isto a imagem do crítico de Culinária.


Deveria vencer: “Ratatouille

Por que?: Simples, porque admito não ter assistido a “Persépolis” e “Tá Dando Onda” ainda (vergonha) e por este motivo só me resta apontar “Ratatouille” como meu favorito.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “Persépolis”.

Por que?: Na verdade, esta animação tem quase tantas chances de vencer quanto o filme de Brad Bird. A diferença é que o longa da Pixar obteve mais glamour que “Persépolis” e por este motivo deverá vencer. Por outro lado, a produção francesa aborda um tema politizado e isto lhe dará fortes chances de levar o Oscar, apesar de não ser favorito.


Melhor Edição de Efeitos Visuais:


Vencerá: “Transformers

Por que?: Como já disse inúmeras vezes neste artigo, “Transformers” é um filme pavoroso do ponto de vista artístico, mas se sai muito bem em outros quesitos, dentre os quais, destaco Efeitos Visuais, quesito onde deixa seus concorrentes no chinelo.


Deveria vencer: “Transformers

Por que?: Conforme citei acima, “Transformers” deixa seus concorrentes no chinelo neste quesito. É claro que os animais de “A Bússola de Ouro” e as batalhas de “Piratas do Caribe – Parte III” são fantásticos, mas nada se compara ao longa em questão.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “A Bússola de Ouro

Por que?: A trilogia “Piratas do Caribe” já foi reconhecida no ano passado levando um Oscar pelo seu segundo episódio (que, no quesito efeitos visuais é, indiscutivelmente, o melhor de toda a trilogia) e por este motivo não vencerá o prêmio sob hipótese alguma. “A Bússola de Ouro”, por si só, é um filme que conta com ótimos efeitos visuais e tem alguma (na verdade, pouquíssima) chance contra “Transformers”.


Melhor Figurino:


Vencerá: “Desejo e Reparação

Por que?: Diferentemente da categoria “Melhor Trilha-Sonora”, este prêmio, ao invés de “prêmio de consolação” seria uma forma de reconhecer as tendências que o filme acabou lançando no quesito vestuário, dentre as quais cito o vestido verde de Keira Knightley.


Deveria vencer: “Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet

Por que?: Adorei o vestuário gótico-vitoriano (assim como tudo no filme é gótico-vitoriano) deste longa. O figurino se assemelha de forma incrível com as vestimentas daquela época. Isso sem contar que o decote de Helena Bonham Carter é sensacional (Ah!!! Me excito só de lembrar).


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “Piaf – Um Hino ao Amor

Por que?: Assim como a maquiagem, o figurino é outra característica que torna este longa algo acima da média, além de transferir uma forte dose de glamour ao mesmo. Não fosse por “Desejo e Reparação” eu não sei não...


Melhor Fotografia:


Vencerá: “O Assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford

Por que?: Na verdade estou com uma dúvida terrível entre este longa e “Desejo e Reparação”. Contudo, se Melhor Trilha-Sonora vai para o longa de Wright como uma espécie de “prêmio de consolação”, creio que a mesmíssima coisa ocorrerá com este “O Assassinato de Jesse James...” nesta categoria de Melhor Fotografia, já que o longa também é muito benquisto pela Academia e a mesma não deixará o mesmo sair de mãos abanando.


Deveria vencer: “O Assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford

Por que?: Porque a fotografia em si é estupendamente fantástica e confere uma beleza fora do comum ao mesmo. A recriação do oeste longínquo, as paisagens, milharais cobertos de neve, tudo isso é fantástico e faz do longa em questão um merecedor deste prêmio.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “Desejo e Reparação” e “Sangue Negro”:

Ambos os filmes estão sendo muito bem elogiados por críticos do mundo todo no que se refere ao quesito fotografia, muitos inclusive, lançam os mesmos como prováveis ganhadores do Oscar. A mim, não me surpreenderia nem um pouco caso um dos dois faturasse o prêmio, apesar de achar “O Assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford” infinitamente superior neste quesito.


Melhor Direção de Arte:


Vencerá: “Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet

Por que?: A recriação de uma Londres gótico-vitoriana atingiu os limites da perfeição e a Direção de Arte fez o possível para proporcionar o clima psicótico-sútil que o roteiro do filme exigia. Uma das categorias mais previsíveis até então.


Deveria vencer: “Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet

Por que?: Pelos mesmíssimos motivos supracitados.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “Sangue Negro

A Academia parece ter adorado a recriação da Califórnia do início do Século XX demonstrada neste filme, mas não tanto quanto adorou a recriação da Londres gótico-vitoriana adotada em “Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”.


Melhor Montagem:


Vencerá: “Onde os Fracos Não Têm Vez

Por que?: A mesma estória narrada sob três perspectivas. Tudo para virar uma bagunça, não? Errado, a montagem de “Onde os Fracos Não Têm Vez” é competente o bastante para isso e certamente agradou os membros da Academia.


Deveria Vencer: “Onde os Fracos Não Têm Vez

Por que?: Mesmo não o considerando uma obra-prima, digo que “Onde os Fracos Não Têm Vez” é um filme fantástico e um de seus melhores atributos reside na montagem que confere bastante ritmo ao mesmo. Sem dúvida o Oscar para o filme dos Coen seria muitíssimo justo.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “Sangue Negro

Por que?: Um filme gigantesco com uma estória que narra a ganância humana parecem os ingredientes perfeitos de uma obra cinematográfica cansativa. Acontece que a Edição dinâmica deste “Sangue Negro” em momento algum torna o filme cansativo. Mesmo não sendo tão perfeita quanto a de seu maior concorrente neste Oscar, a edição do filme de Paul Thomas Anderson é ótima e tem fortes chances de tirar o Oscar do filme dos Coen.


Melhor Roteiro Adaptado:


Vencerá: “Sangue Negro

Por que?: A Academia, assim como eu, parece considerar a maior qualidade de um filme a maneira como o seu roteiro aborda o protagonista. Aqui a abordagem foi feita da maneira mais convincente o possível, transformando Daniel Plainview em um personagem tão marcante quanto Charles Foster Kane.


Deveria vencer: “Sangue Negro

Por que?: Conforme mencionei acima, o roteiro de “Sangue Negro” realiza com maestria a abordagem de seu protagonista. Assim como outras grandes obras-primas do Cinema, “Sangue Negro” é sublime ao iniciar um processo de construção e, logo em seguida, destruição de seu protagonista.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “Onde os Fracos Não Têm Vez

Por que?: O roteiro dos Coen é dinâmico, revolucionário e inovador. Os membros da Academia adoram indicar e até mesmo premiar filmes assim. Quer uma prova disso? Vide em 1.995 quando “Pulp Fiction” venceu melhor roteiro original. O problema é que “Pulp Fiction” não contava com um concorrente tão forte quanto “Sangue Negro”.


Melhor Roteiro Original:


Vencerá: “Juno

Por que?: O roteiro de “Juno” aborda um problema contemporâneo altamente sério de maneira leve, inteligente, descompromissada e divertida, assim como “Pequena Miss Sunshine” (apesar de eu não gostar deste filme) fez no ano retrasado e faturou este mesmíssimo prêmio. A vitória de “Juno” nesta categoria é uma das maiores certezas deste Oscar.


Deveria vencer: “Juno

Por que?: Acredito já der dito inúmeras vezes que sou fã incondicional deste “Juno” mesmo reconhecendo que o longa conta com uma série de defeitos. O seu roteiro é extremamente cativante, simples e ao mesmo tempo reflexivo e inteligente. Os diálogos são ásperos e dinâmicos, a abordagem da personagem também é muito convincente. Inquestionavelmente merece levar o prêmio.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “Conduta de Risco

Por que?: O roteiro deste longa aborda um tema mais, digamos, politizado que “Juno” e apesar disto não ser pretexto o bastante para faturar o prêmio, coloca o longa em questão em um patamar à altura de seu maior concorrente.


Melhor Atriz Coadjuvante:


Vencerá: Tilda Swinton por “Conduta de Risco

Por que?: Ao contrário de muitos cinéfilos que apostam todas as suas fichas em Cate Blanchett por “Não Estou Lá”, eu acredito que Tilda Swinton acabe faturando este prêmio como uma espécie de “prêmio de consolação” (quantos “prêmios de consolação” teremos este ano, hein?) pelos Oscar que “Conduta de Risco” não irá levar.


Deveria vencer: Saoirse Ronan por “Desejo e Reparação

Por que?: Sou fã incondicional de Cate Blanchett, mas ainda não assisti a “Não Estou Lá”. De resto, pude conferir as demais atuações e digo que não gostei de nenhuma, inclusive a de Tilda Swinton que não me agradou nem um pouco. A que menos me decepcionou foi Saoirse Ronan por “Desejo e Reparação”, sendo assim, fico com ela mesmo.


Tem chances de vencer, mas não é a favorita: Cate Blanchett por “Não Estou Lá

Por que?: Novamente invoco a frase de Meryl Streep: “Oscar é 90% de política e 10% de merecimento”. Não assisti a “Não Estou Lá”, como já disse antes, mas levando em conta que Cate Blanchett levou este mesmo prêmio muito recentemente por “O Aviador” duvido muito que ela fature-o novamente este ano, apesar de ter uma ou outra esperança.


Melhor Ator Coadjuvante:


Vencerá: Javier Bardem por “Onde os Fracos Não Têm Vez

Por que?: Ao lado de “Melhor Ator” este será o prêmio mais previsível do Oscar neste ano. Bardem realmente fez por merecer e a badalação por trás de sua atuação é cada vez maior (ao contrário do filme em que atuou). Dificilmente o ator perderá essa disputa.


Deveria vencer: Javier Bardem

Por que?: Seu personagem em “Onde os Fracos Não Têm Vez” é extremamente estereotipado e, não fosse a perfeita composição de Bardem, o mesmo teria me irritado intensamente. O ator é, disparado, o melhor dentre os demais candidatos e merece a premiação.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: Casey Affleck por “O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford”.

Por que?: Suas chances são quase nulas, mas ainda assim é o único que, mediante um milagre, poderia tirar o prêmio das mãos de Bardem. Sua atuação é muito boa, mas além desta não se igualar a de Javier Bardem, sua carreira é curta demais para ser agraciada com um prêmio desta qualidade.


Melhor Atriz:


Vencerá: Julie Christie por “Longe Dela

Porque?: Lembro-me perfeitamente de ter indicado Marion Cotillard como favorita para o Oscar, mas na época estava agindo mais com o coração que com a cabeça. Agora, mais próximo do Oscar (que na verdade será hoje) vejo que Christie tem mais chances que Cotillard. A atuação da francesa é superior que a de Christie, mas não tem como negar o conservadorismo da Academia e a preferência dos membros da mesma por uma atuação na língua inglesa. Isso sem contar que Christie foi imortalizada por sua atuação marcante no sensacional “Dr. Jivago”, como Lara Antipova, fato que a transforma em uma das queridinhas da Academia.


Deveria vencer: Marion Cotillard por “Piaf – Um Hino ao Amor

Por que?: Mesmo não sendo um grande fã de “Piaf” devo reconhecer que a atuação de Cotillard foi magistral e extremamente cativante. A maneira como encarna a protagonista é fantástica e digo que sua vitória é muito mais merecida que a de Christie (que também se saiu muito bem, diga-se). Mas é aquela velha estória de política e reconhecimento que Meryl Streep disse uma vez e eu fiz tanta questão de relembrar durante este artigo.


Tem chances de vencer, mas não é a favorita: Marion Cotillard por “Piaf – Um Hino ao Amor

Por que?: Mesmo não sendo uma atuação em língua inglesa, o trabalho de Cotillard aqui é agraciado por críticos do mundo todo. Vale lembrar também que, vez ou outra, em raríssimos casos, a Academia abandona o seu conservadorismo bairrista e opta por fazer justiça, mas duvido muito que isso realmente venha a acontecer.


Melhor Ator:


Vencerá: Daniel Day-Lewis por “Sangue Negro

Por que?: Day-Lewis encarna seu personagem neste filme de forma tão fantástica que chegou a ser comparado com a atuação de Orson Welles por “Cidadão Kane”. Isto sem contar que o ator é muito cultuado, mas nunca levou um prêmio, sendo que este ano deverá ser feita a justiça. Um dos Oscar mais previsíveis deste ano.


Deveria vencer: Daniel Day-Lewis por “Sangue Negro

Por que?: Para mim, a melhor atuação masculina deste século. Só isto já basta.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: Jhonny Depp por “Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet

Por que?: A atuação de Depp foi fantástica, mas não chegou aos pés da de Day-Lewis. Mesmo assim Depp, como sempre, se mostrou um ator versátil, realizando aqui uma de suas melhores atuações. Isto sem contar que ele é outro ator cultuado que nunca levou o prêmio da Academia. De qualquer forma, Day-Lewis não será derrotado de maneira nenhuma.


Melhor Diretor:


Vencerá: Joel e Ethan Coen por “Onde os Fracos Não Têm Vez

Por que?: Ultimamente a Academia parece estar cada vez mais preocupada em reparar os erros do passado e é óbvio que a mesma errou, e muito, com os irmãos Coen e Paul Thomas Anderson. Sendo assim, os membros tentarão compensar ambos os lados, conferindo Melhor Filme a um e Melhor Diretor a outro. Partindo dos pressupostos de que “Sangue Negro” vencerá Melhor Filme e de que este ano não teremos uma dobradinha que nem no ano passado (Martin Scorsese e “Os Infiltrados”), aposto em Joe e Ethan Coen para melhores diretores do ano.


Deveria vencer: Joel e Ethan Coen por “Onde os Fracos Não Têm Vez

Por que?: O lado bom de poder opinar subjetivamente é não ter de se apegar às politicagens e conservadorismos da Academia. Longe de almejar compensar os Coen pela carreira de ambos, conferiria o Oscar aos mesmos de maneira individual, sem pensar nos trabalhos anteriores que eles fizeram. A direção destes em “Onde os Fracos Não Têm Vez” foi realmente a melhor do ano, tanto no que diz respeito à condução da estória, quanto na movimentação da câmera, condução de elenco e criação de ângulos sensacionais.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: Paul Thomas Anderson por “Sangue Negro

Por que?: Como havia dito, creio que seja muito difícil termos uma dobradinha este ano entre Melhor Diretor e Melhor Filme. Caso os críticos prefiram votar em “Onde os Fracos Não Têm Vez”, em virtude à badalação por trás deste, creio que Melhor Diretor ficaria para Paul Thomas Anderson, como uma forma extremamente politizada de compensar um, na medida em que tirou do outro.


Melhor Filme:


Vencerá: “Sangue Negro

Por que?: Enfim a categoria mais aguardada e, por que não dizer, mais imprevisível. A maioria das pessoas aposta em “Onde os Fracos Não Têm Vez” devido à badalação que o mesmo vinha tendo nos últimos meses. O problema é que tal badalação vem esfriando cada vez mais, a ponto de o filme ter sido parcialmente esquecido nesta reta final. Por outro lado, “Sangue Negro” foi o último indicado a Melhor Filme a estrear e isso conferiu um forte fôlego ao mesmo. Isso sem contar que “Onde os Fracos Não Têm Vez” é um filme inovador demais para receber um Oscar de Melhor Filme, ao passo que “Sangue Negro” segue mais os padrões da Academia.


Deveria vencer: “Sangue Negro

Por que?: Simplesmente porque é uma das melhores obras cinematográficas lançadas neste novo milênio. O filme é fantástico, não é tão inovador quanto “Onde os Fracos Não Têm Vez”, mas certamente marcará muito mais época que este. Daqui a trinta anos todos se lembrarão de “Sangue Negro”, todos se lembrarão de Daniel Day-Lewis, ao passo que “Onde os Fracos Não Têm Vez” e Javier Bardem serão lembrados a daqui, no máximo, dez anos. O “Cidadão Kane” do Século XXI não pode ficar sem o Oscar de Melhor Filme de jeito nenhum.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “Onde os Fracos Não Têm Vez

Por que?: Uma coisa é óbvia no Oscar deste ano: a disputa está nas mãos de “Sangue Negro” e “Onde os Fracos Não Têm Vez”. Talvez, em virtude desta briga entre ambos, “Conduta de Risco” possa abrir alguma vantagem, mas eu sinceramente duvido muito que isto venha acontecer. Como já disse inúmeras vezes, a Academia irá, nesta 80ª edição do Oscar, reparar os erros que já cometeu contra Anderson e os Coen, portanto, caso “Sangue Negro” perca a disputa, o prêmio certamente irá para os Coen.



____________________________________________________________________

Crítica - Os Sete Samurais

Como a cultura oriental é interessante...Não concordam que nós,aqui no ocidente deveriamos ter mais contato com o cinema que vem do outro lado do mundo?Figurinos e danças exóticas aos nossos olhos,o oriente sempre me encantou,em 1954 um homem chamado Akira Kurasawa fez o cinema se encantar com ele,um diretor que influenciou lendas como Steven Spielberg,George Lucas,Francis Ford Coppola ou Martin Scorsese,mostrou o brilho do oriente e fez o seu cinema se chocar com o cinema ocidental.Resultado?"Os Sete Samurais".Um filme que permance em sua cabeça por anos a fio,enche seus olhos e não vão estranhar se também arrebatar seu coração


Crítica:


Durante o Japão no período feudal,uma vila indefesa é constantemente atacada por bandidos,que roubam toda a sua comida e acabam com todas as plantações que os pobres moradores passaram tempos plantando.A decisão era clara:aquilo não poderia continuar e em reuniões acharam a solução:contratar um excepcional samurai para defendê-los de outros ataques,o pagamento era só estadia e comida,mas o trabalho veio de bom agrado.Com um argumento desse a obra prima de Akira Kurosawa se inicia em uma majestosa estória que vai encantar qualquer pessoa pelos próximos 206 minutos de duração.A estória principal vai sendo desenvolvida de forma brilhante,e muitas cenas vão sendo marcadas em nossa cabeça,como a seleção dos outros seis samurais que vão ajudar o grande samurai Kambei(assim como uma espécie de ovelha desgarrada entre eles,que constantemente rouba a cena),a dificuldade que eles têm de preparar uma vila inteira para lutar conta os bandidos e tentam transformar a vila em uma só.Era preciso união antes de tudo,como a vila toda tenta esconder suas mulheres com medo de uma possível sedução por parte dos samurais(e como eles as encontram),os constantes ataques fracassdos dos bandidos e vamos acompanhando isso até chegar ao grande clímax na fatídica seqüência na chuva.
O épico criado é dos melhores.A estória é intensa,criando várias discussões filosoficas e imagens brilhantes,Kurosawa faz cenas incríveis,filma bem as paisagens naturais e mostra a grande beleza daquele seu país,o mais interessantes são sua revoluções para o cinema:cenas de paisagens rurais entram em contrastes com cenas violentas,os figurinos exóticos dão um toque charmoso,fazendo de tal filme um espetáculo aos olhos humanos
E espetáculo maior vem para nossa mente,o que levaria sete samurais a aceitar um trabalho com um pagamento tão baixo?Necessidade ou questões filosoficas?Haveriam ainda justiceiros no mundo disposto a ajudar?E o mais interessante vem em seguida.40 grandes ladrões com arma das mais modernas,tentam em várias investidas atacar a vila,mas bastam apenas sete samurais para vencê-los.O que está em questão ali é muito mais do que força e quantidade.São estratégias e acima de tudo a união que os guerreiros devem ter.E união vem refleitda em quando Kambei chinga um de seus samurais por ser vangloriar após ter matado vários ladrões depois de um ataque:aquilo não era uma vitória,eles não deveriam achar que eram imbatíveis após ter vencido uma batalha (e esse é o principal contraste que diferencia a obra de Kurosawa com os wastern americanos)
Engana-se quem ache que "Os Sete Samurais",apesar de todos os debates filosóficos abordados de forma sutil, se trata de um filme complexo,assisti-lo é como uma conversa informal com um amigo,a segurança que os protagonistas passam e o clima de amizade entre eles refletem em uma sensação agradável,chegamos a sofrer quando algum deles corre o risco de morrer.
"Os Sete Samurais" é uma obra que deve ser vista de novo e de novo,em 1960 criou-se o western "Sete Homens e um Destino", uma versão americana de "Os Sete Samurais". Não vale a pena. A obra de Kurosawa é única e deve ser vista como tal.



____________________________________________________________________

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Martin Scorsese

Como começar a falar dele,que segundo críticos e público,é o melhor diretor vivo?Como falar do homem que lançou obras primas indispensáveis para o cinema,e até para a arte em geral?
Simples,falemos do início.Nascido em um bairro italiano de classe média,que tinha a fama de ser muito violento,Martin Scorsese se inspirou nele em diversos de seus trabalhos.Com uma formação católica,ele queria ser padre,mas felizmente desistiu da idéia para se entregar ao cinema,que tanto lhe atraia.

Formado em cinema na Universidade de Nova York,logo fez vários amigos,entre eles alguns dos diretores mais conceituados:Francis Ford Coppola;George Lucas;Brian dePalma e Steven Spielberg,os quais o chamam de Marty

Em 1972 Martin Scorsese viria de fato ao mundo do cinema,deixando os curtas para trás(dos quais se destaca "Quem bate à minha porta?"),ele recebeu a primeira oportunidade de mostrar seu talento em "Sexy e Marginal",filme de tipo B,que o ensinou a trabalhar com baixos orçamentos e curto tempo,isso o ajudou a fazer,em 1973 o filme "Caminhos Perigosos"

"Caminhos Perigosos" mostrou uma face de Scorsese que iriamos ver em vários outros filmes,se passando no bairro que o próprio Marty nasceu,lá estava vários pontos semelhantes às obras do diretor,inclusive as relações frias entre personagens,o filme protagonizado por Harvey Keitel,ainda teve a primeira parceria Scorsese-Robert deNiro,foi ovacionado pela crítica e lhe garantiu mais liberdade para dirigir seu próximo filme.
Em 1974 foi a hora de Martin Scorsese dirigir mais um trunfo em sua carreira: "Alice não Mora Mais Aqui",mais uma vez elogiado,recebeu indicação ao BAFTA e garantiu a Ellen Bustyn um Oscar como Melhor Atriz

Apesar de dois filmes muito elogiados,o diretor ainda precisva de algo para não ser esquecido,algum filme que o colocasse ao patamar de outros gigantes do cinema,em 1976 ele consegue isso lançando a obra-prima "Taxi Driver",seu retrato frio da cidade de Nova York chocou o mundo,um dos filmes mais complexos de todos os tempos,desmancha todos os mitos em torno da cidade e ainda coloca um dos personagens mais interessantes da história do cinema: Travis Bickle,o homem que teve coragem de fazer justiças com as próprias mãos.Indicado ao Oscar de Melhor Filme;"Taxi Driver" ainda tem uma das melhores atuações de Robert deNiro e escandalisou a todos com Jodie Foster fazendo uma prostituta de apenas 12 anos,agora de fato o mundo conhecera o nome Martin Scorsese

Além da indicação ao Oscar e ao BAFTA,"Taxi Driver" ainda venceu prêmios de Melhor Filme e Melhor Filme Estrangeiro em um Festival de Cinema Japonês e conquistou o Palma de Ouro de Melhor Filme,abriu todas as portas para Martin Scorsese,mas em 1977 o diretor escolheu caminhos errados e com mais uma parceria com Robert deNiro lançou a homenagem à sua cidade natal em um musical chamado de "New York,New York",o grande fracasso de público e crítica levou o diretor a depressão e aos poucos foi se curando,realizou pequenos documentários e seguiu sua carreira

Em 1980 o diretor colocou todas as suas forças em um projeto no mínimo arriscado: "Touro Indomável" foi a biografia do lutador de boxe Jack LaMotta que chegou ao ápice do sucesso,mas seu temperamento forte levado para fora dos ringues acabou por arruinar sua vida,apesar da morna bilheteria "Touro Indomável" acertou certo entre os críticos,e hoje é considerado por muitos a maior obra-prima de Matin Scorsese,sua biografia de LaMotta recebeu uma quantidade de 8 Indicações ao Oscar,incluindo Melhor Diretor,Robert deNiro levou o prêmio de Melhor Ator por sua majestrsal atuação como o boxeador,o filme ainda foi indicado ao Globo de Ouro e em uma lista feita pela AFI em 2007 ocupa o invejado 4º lugar dos 100 melhores filmes americanos

A década de 80 foi conturbada para nosso diretor,almejando fazer um projeto polêmico,Scorsese encontrava dificuldades para realizar "A Última Tentação de Cristo",orçamento estourava,as locações não eram certas,o projeto falhou o que deixou Martin Scorsese chateado,então se entregou a filmes menores como o simpático "O Rei da Comédia"(que levou indicação ao BAFTA),mais tarde mostrou bairros de Nova York com brilhantismo em um dos melhores humor negro: "Depois de Horas",um filme que Tim Burton dexou de realizar para levá-lo a Martin Scorsese,as infelicidades de Paul Hackett agradou aos críticos e o público e lhe deu o Palma de Ouro de Melhor Diretor em Cannes e o Independent Spirit Awards de Melhor Diretor.Seu próximo projeto foi "A Cor do Dinheiro" garantiu o primeiro Oscar de Paul Newman e a coragem suficiente para Scorsese levar a frente seu polêmico projeto "A Última Tentação de Cristo"

"A Última Tentação de Cristo" caiu como uma bomba em todo o público,Scorsese sabia que filmar Jesus Cristo como um homem comum,e por vezes arrogante e apaixonado por Maria Madalena iria ser polêmico,mas não imaginou que seria tanto.A Igreja fez o inferno em cima do filme,reclamações e protesto aconteceram pelo mundo todo,o filme dividiu opiniões e nunca antes havia tanta polêmica em cima de um filme,apesar de tudo Martin Scorsese ainda recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Diretor e a autônomia para filmar seu próximo projeto

Em 1990 Martin Scorsese lança "Os Bons Companheiros",talvez o seu maior êxito em bilheteria até então e o seu filme mais premiado.O diretor ,com atuação super elogiadas de Robert deNiro,Ray Liotta e Joe Pesci,voltava a filmar em Nova York e para mostrar três grandes amigos que viveram mais de 30 anos dentro da máfia ele contou com o mesmo estilo que outrora usara em "Taxi Driver".O filme se tornou um marco dos anos 90 e permancece como um dos maiores filmes da máfia.Scorsese foi indicado ao Oscar e Globo de Ouro de Melhor Diretor,ainda venceu o BAFTA de Melhor Filme,Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado,conseguiu o Leão de Prata no Festival de Veneza de Melhor Diretor,o Independent Spirit Awards de Melhor Filme,entre outros vários prêmios pelo mundo,e além de ratificar Martin Scorsese como um dos melhores diretores de todos os tempos

Em 1991 Martin Scorsese se arriscou com Robert deNiro no blockbuster "O Cabo do Medo" e o sucesso de bilheteria foi garantido.Durante a primeira metade da década de 90 ainda se viu envolvendo com os premiados "A Época da Inocência" e "Cassino",até então última parceria Scorsese-deNiro,depois sobrou espaço para pequenas produções,como o alternativo "Kundun"

Demoraram Sete anos para Martin Scorsese voltar ao estilo máfia,isso aconteceu em 2002 com "Gangues de Nova York",em sua primeira parceria com o ator Leonardo DiCaprio,Martin Scorsese lançou um filme consiuderado "bom",mas a essa altura o bom ainda era muito pouco para o diretor,e o filme amargou nas premiações,recebeu 12 indicações ao Oscar e não venceu nenhuma,Scorsese ainda concorreu ao BAFTA de Melhor Diretor e Venceu o Globo de Ouro de Melhor Diretor
A resposta para a rejeição de "Gangues de Nova York" veio em 2004 quando o diretor lançou um dos melhores filmes do século XXI."O Aviador" não fez bonito nas bilheterias,mas ainda sim é subestimado pelo público.A narração fria e quase impecável do ícone da aviação Howard Hughes não agradou ao público,talvez pelo excesso de detalhes ou talvez pela frieza da narração,mas o fato que Scorsese foi muito copetente neste trabalho,venceu 5 Oscar,mas ainda não o de Melhor Diretor e ainda conquistou indicações ao Globo de Ouro,ao BAFTA e venceu o prêmio de Melhor Diretor dos circulo de críticos de Londres,além de ressucitar a carreira de Leonardo diCaprio,porém sucesso como "Os Bons Companheiros" Martin Scorsese só viria a ter 16 anos depois do lançamento do filme com o ótimo "Os Infiltrados",o gosto pelo público no filme foi evidente e isso refletiu nas bilheterias e nos comentários positivos,além de vencer o BAFTA e o Globo de Ouro de Melhor Dirteor,Martin Scorsese conseguiu,depois de sete indicações vencer o Oscar de Melhor Diretor e ainda fez bonito ganhando o prêmio de Melhor Filme.Seu discurso pode ser considerado um dos mais memoráveis da história,onde ele sutilmente critica a Academia por tê-lo ignorado todos esses anos: "Pode verificar se é meu nome que está nesse envelope" ou "As pessoas me paravam na rua e me perguntaram quando eu ganharia o Oscar" ditas com muito bom humor,ele foi aplaudido de pé por todos e ainda consagrado o Melhor Diretor Vivo

Podemos dizer que Martin Scorsese já fez muito pelo mundo e assume a posição de um dos melhores cineastas de todos os tempos e o melhor cineasta vivo,bem Martin Scorsese ainda está em vida,arrumando vários projetos e ainda deve estar longe de se aposentar,não por ele,ele não precisa mais do cinema para se provar como um ótimo diretor,mas por nós,o público,os cinéfilos e os críticos que precisam dele,e quem sabe quando ele deixar esse mundo,podemos dizer que ele não é mais o melhor diretor vivo,mas sim o melhor de todos os tempos!



____________________________________________________________________

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Ele vem aí



Nove dias...
O que esperar dessa cerimônia?
De cara, já sabemos que haverá uma polarização entre os dois grandes filmes do ano, Sangue Negro e Onde os Fracos Não Têm Vez, o que nos faz crer que provavelmente eles dividam os prêmios. Num ano tão bom quanto 2007, cheio de ótimas produções, realmente é duro selecionar apenas cinco, sempre ficarão alguns de fora. E o Oscar pode ser xingado de tudo, menos de ser um prêmio desonesto. Podem dizer que ele é conservador, bairrista e até injusto, mas desonesto nunca. Afinal de contas, teria que ser mais do que um congressista brasileiro para conseguir comprar mais de seis mil pessoas, de diversas nacionalidades (brasileiros entre eles) e espalhadas pelos quatro cantos do mundo.



____________________________________________________________________

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Crítica - Sangue Negro

Publiquei um artigo aqui no Cine-Phylum durante o mês de janeiro onde arriscava meus palpites para os prováveis vencedores do Oscar® 2008. Lembro-me que, neste artigo, havia apostado em “Onde os Fracos Não Têm Vez” como provável vencedor do prêmio de Melhor Filme. Passaram-se alguns dias e, finalmente, pude assistir a todos os filmes que estão concorrendo na categoria principal do Oscar® este ano e cheguei à conclusão de que o longa dos Irmãos Cohen é inovador demais para faturar o prêmio (e sabemos muito bem o quanto a Academia não gosta de filmes inovadores, apesar de reconhecer a ousadia destes conferindo-lhes indicações aos prêmios principais). Foi quando conferi este magnífico “Sangue Negro” que concluí que o vencedor do prêmio principal não seria o longa dos Cohen, mas sim esta obra extraordinária de Paul Thomas Anderson. Em primeiro lugar, o longa inova, isso é fato, mas inova dentro dos padrões da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Em segundo lugar, o filme debate um tema muito adorado por cinéfilos do mundo todo: a ambição humano. Em terceiro e último lugar, o filme se mostra uma experiência muito mais interessante que a obra dos Cohen.





Crítica:



Provavelmente, os maiores trunfos da história do Cinema estão, direta ou indiretamente, ligados a um roteiro que trabalhe em cima de um personagem, seja ele protagonista ou não, cuja ganância elevada ao extremo desencadeie um processo de autodestruição na vida do mesmo. Filmes como “Cidadão Kane”, “O Poderoso Chefão”, “...E o Vento Levou”, “O Tesouro de Sierra Madre”, “Os Bons Companheiros” e até mesmo, o mais recente e não menos importante “O Senhor dos Anéis”, são algumas das muitas provas disso. “Sangue Negro” é outro magnífico exemplar da Sétima Arte onde a ganância dos seres humanos e os resultados negativos que esta traz às suas vidas são retratados de maneira tão magistral quanto filmes como “O Poderoso Chefão” e “Cidadão Kane”. No entanto, a comparação que faço entre “Sangue Negro” e as obras supracitadas não se resume apenas às abordagens que elas realizam sobre a ganância humana e as suas conseqüências, mas também no que se refere à exploração de seus protagonistas. Fazendo uso de um roteiro que desenvolve o perfil de Daniel Plainview (personagem principal do longa) de maneira tão meticulosa quanto os roteiros de “O Poderoso Chefão” e “Cidadão Kane” fizeram com seus respectivos protagonistas, o roteirista e diretor Paul Thomas Anderson se mostra extremamente competente e sagaz a ponto de realizar uma abordagem maquiavélica durante a construção de seu personagem. Plainview é um homem de negócios que, além de crer que os fins justificam os meios, utiliza a mesma perspicácia utilizada por Maquiavel em sua obra-prima, “O Príncipe”, a fim de lidar com os seus funcionários (ou na visão de Maquiavel, o povo). Com uma mão, Plainview “acaricia” seus subordinados e com a outra mão, “agarra” os lucros que obtém com os sacrifícios destes, considerando-os como meras ferramentas de se fazer dinheiro. O longa ganha ainda mais ritmo em seu terceiro ato, quando a autodestruição do protagonista parece ter atingido o seu ápice. A atuação de Daniel Day-Lewis é outro ponto forte e ultrapassa os limites da perfeição. Um dos melhores filmes da década.



Avaliação Final: 10,0 na escala de 10,0.


____________________________________________________________________

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Crítica - Os Indomáveis

Uma das grandes injustiças do Oscar deste ano parece ter sido a triste esnobada dos membros da Academia em relação a este ótimo “Os Indomáveis” (mais uma vez digo que nada tenho contra títulos nacionais, mas este é mais um exemplo onde o título original seria muito mais condizente com o filme em si) às categorias principais. Filmes como “Sangue Negro” e “Onde os Fracos Não Têm Vez” se revelaram exemplos bem sucedidos (sobretudo o primeiro) da volta dos westerns às telonas, mas vale lembrar que ambos não podem ser considerados necessariamente filmes de ação e/ou aventura, mas sim dramas. Um clássico exemplo contemporâneo de western a lá Sergio Leone e John Ford é este “Os Indomáveis”, um filme de ação que, mesmo com seus defeitos, fica bem acima da média e prova que o gênero ainda tem muito a oferecer a Sétima Arte.






Ficha Técnica: Em Andamento



Sinopse: Daniel Evans (Christian Bale) é um jovem rancheiro escolhido pelo xerife para escoltar Ben Wade (Russel Crowe), um perigoso líder de uma gangue, até o tribunal de Yuma, no Colorado. Mas ao chegar lá, o rapaz é surpreendido pelo bando do criminoso disposto a tudo para libertá-lo. A partir daí, é iniciada uma forte batalha entre as gangues rivais.



3:10 to Yuma Trailer

3:10 to Yuma Trailer 2





Crítica:



Um grande problema ao se adaptar um filme relativamente antigo nos dias atuais está na maneira como o original envelheceu com o passar do tempo. Nunca assisti a “Galante e Sanguinário” (filme que servira de inspiração a este “Os Indomáveis”), mas certamente o longa não envelhecera bem o bastante (não se ouve falar tanto dele quanto de outros westerns) a ponto de receber uma adaptação perfeita do ponto de vista artístico. Aquilo que poderia passar despercebido na década de 50, soa como clichê nos dias de hoje. Aquilo que aparentava ser uma sinopse bastante interessante na década de 50, soa extremamente batida atualmente (tanto que nos últimos anos, sinopses semelhantes foram utilizadas em vários outros filmes). “Os Indomáveis”, infelizmente, sofre destes graves problemas que parecem ter se aflorado na obra antes mesmo desta ter o seu argumento concluído. Por outro lado, o longa foi cuidadosamente trabalhado em todos os seus aspectos, variando desde a Direção de Arte e Fotografia que nos introduzem a um oeste longínquo sujo, primitivo e violento, às fantásticas atuações de Russel Crowe e Christian Bale (sobretudo o primeiro que encarna seu personagem com uma naturalidade invejável) que não só duelam com armas como também com diálogos para lá de inteligentes e dinâmicos (“___Malditos trens! Nunca se pode confiar neles, não é?”, um diálogo que, dentro do contexto da obra, se encaixa muitíssimo bem). O desenvolvimento de seus personagens também é extremamente bem feito. Em um filme menos inteligente (lembrei-me de “16 Quadras” agora), teríamos apenas um protagonista que almeja transportar um prisioneiro de um lugar para o outro e receber a recompensa pelo serviço. Aqui, a dinâmica entre protagonista e prisioneiro é trabalhada com muito cuidado, uma vez que o passado de ambos vai sendo revelado aos poucos, fazendo com que, além de nos apegarmos aos mesmos, descubramos o porquê de suas crises atuais. O longa conta com um final deveras imprevisível, mas que, infelizmente, nos apresenta a uma mudança para lá de artificial no caráter do antagonista.



Avaliação Final: 8,0 na escala de 10,0.



____________________________________________________________________

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Crítica - No Tempo das Diligências

Alerta cinéfilo! Não era possível que assistindo tantos filmes na vida eu nunca havia visto um John Ford .Erro!Precisava reparar logo,mas por qual começar?Apesar de ser um gênero que eu goste muito, os westerns nunca conseguem prender tanto minha atenção e ainda por cima me deparo com dois cinéfilos detonando o que seria a obra prima do cineasta: "Rastros do Ódio", mas eu ainda precisava de um John Ford,urgente!
Reparando meu erro consegui uma grande obra-prima que o diretor filmou em 1939."No Tempo das Diligências" não só foi um western que conseguiu me prender em frente a tela todo o tempo,como também digo que desde "O Tesouro de Sierra Madre" eu não assistia a uma aventura tão boa,e vou mais além,desde "Os Sete Samurais" um filme daquele tipo não me cativava tanto. Disse que foi o western que mais prestei atenção? Sim, talvez por isso algumas imperfeições não me fugiram e mesmo que amemos o filme, um cinéfilo deixá-las passá-las despercebidas propositalmente, seria como renegar uma cultura...



Crítica:



John Ford é um cineasta conhecido por fazer fabulosos western,presente em grande maioria das listas de cinema,ele tem em seu "currículo" uma obra-prima impossível de se passar indiferente,trata-se de "No Tempo das Diligências".Um western que nos envolve de maneira fantástica,e talvez uma das mais notórias características dele é justamente fugir de todos os clichês que um western comum traria:não existe a mocinha forte e incenssível, não têm cenas em que vemos banhos de sangue e muito menos um grande bandido para nos fazer pensar:"esse é o vilão!".Não!O roteiro vai pela originalidade, trata-se apenas de um grupo de pessoas que por motivos diversos são trasportadas em uma diligência e atravessam o Arizona. Conhecemos cada um deles e vemos um medo em comum.Todos eles são alertados já de início que a rota está sob ataque,e a qualquer momento podem (ou não)serem atacados por grupos indígenas.Está travado o clima que sesegue por quase 100 minutos de filme,porém já no início comete-se um erro que por muito pouco leva o filme ao fracasso, tentando desviar de todos os clichês,"No Tempo das Diligências" acaba caindo no mais óbvio deles:apresenta o protagonista: um herói canastrão,que busca vingança,tenta seduzir uma mulher e acabou de sair de uma cadeia,a estória ganha seus pontos baixos justamente nas cenas em que John Wayne aparece,e chega a ser constrangedor a relação dele com uma das mulheres presentes na diligência,o fato é que John Ford consgue salvar seu filme.Como?Construindo de forma tão perfeita seus codajuvantes que o próprio protagonista passa quase despercebido,temos de tudo:médico alcoolatra;mulher fria e misteriosa,mulher com olhar dócil,vendedor covarde,patriota mal humorado e um típico cavalheiro do oeste,e dentro da diligência vemos uma mistura de personalidades diferentes,que a todo momento são obrigado a decidir o próprio futuro diante do perigo do possível ataque e é claro,confiar no julgamento dos outros,e todos os personagens estão lá,presentes,todos são necessários à estória,o interessante é que o medo que cada um está sentindo nunca é demonstrado em palavras,mas sim em gestos e olhares,o que faz com que "No Tempo das Diligências" não se torne uma experiência monótona e cansativa.
Nada escapa à câmera de John Ford, que procura mostrar detalhadamente todos os hábitos daquelas pessoas e faz um contraste magnífico com as paisagens do oeste norte-americano,e talvez tanto realismo pode ser o responsável por nos transportar direto para àquela época,a conseqüência foi as imagens terem envelhecidos tanto com o tempo,o mesmo aconteceu com obras como "...E o Vento Levou" lançado no mesmo ano.O filme além de tudo conta com uma fotografia belíssima e com um ritmo que respeita a estória,mas ao mesmo tempo foge de várias coisas que ela propunha.Tudo vai seguindo seu caminho até chegar ao clímax principal.
"No Tempo das Diligências" é tão interessante quanto "O Tesouro de Sierra Madre" e tão cativante quanto "Os Sete Samurais".



____________________________________________________________________

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Oscar e Suas Injustiças

Época de Oscar, no mundo do cinema não se fala em outra coisa,acontece é que um filme vencedor do Oscar ganha um respieto incrível e faz a produtora ganhar alguns milhões a mais.Foram lançados a lista dos indicados este ano: "Onde os Fracos não têm Vez"; "Sangue Negro"; "Juno"; "Desejo e Reparação" e "Conduta de Risco" e onde estaria "Sweeney Todd"? Será que não foi indicado pelo fato de a Academia não gostar de Tim Burton ou pelo excesso de conservadorismo? Quem vai saber! Acontece que quase nunca o melhor filme do ano vence o Oscar,e estou aqui para listar as maiores injustiças que a Academia fez desde que começou seus prêmios.

Concordam? Discordam? Leiam e opinem!

1939/1940 - Os erros não tardam a começar, durante a década de 30 a Academia ignorou de todo modo que podia o cinema mudo e principalmente o cinema de Charles Chaplin, 1939 foi um ano particularmente difícil a escolha: Nos Tempos da Diligências/O Morro dos Ventos Uivantes/O Mágico de Oz/A Mulher Faz o Homem/...E o Vento Levou concorreram, em 1940 não foi um ano com menos obras-primas:As Vinhas da Ira/Correspondente Estrangeiro/O Grande Ditador/Nupcias de Escândalo/Rebecca brigavam na categoria Melhor Filme,o fato é que com excessão de "Correspondente Estrangeiro" todos os outros nove mereciam um Oscar,quem leva a melhor foi "...E O Vento Levou" e "Rebecca".Justo!

1941 -A quem diga que "Como Era Verde Meu Vale" é um filme muito bom,pois em 1941 ele concorria com ninguém menos que "Cidadão Kane",considerado pelas listas de cinema o melhor filme de todos os tempos."Como Era Verde Meu Vale" cai no esquecimento e não é considerado uma das melhores obras de John Ford,outros indicados eram "Suspeita" de Alfred Hitchcock e "O Falcão Maltês" de John Huston.Só por curiosidade,o filme de Orson Welles saiu apenas com o prêmio de Roteiro Original nas mãos.

1947 - Que ano delicado!A obra prima de dois dos melhores diretores acabam batendo de frente.William Wyler com "Os Melhores Anos de Nossas Vidas" e Frank Capra com "A Felicidade não se Compra",ambos os cineastas já haviam recebidos Oscar,e não era a primeira vez que seus filmes concorriam entre si.O vencedor foi "Os Melhores Anos de Nossas Vidas",hoje ambos os filmes são consagrados,mas "A Felicidade não se Compra" consegue sempre posições melhores em listas.Deixo por conta do leitor decidir quem seria o melhor representante do Oscar 1947.

1948 - Em um ano em que "O Tesouro de Sierra Madre" venceu as cateogorias Melhor Ator Coadjuvante,Melhor Direção e Melhor Roteiro Adaptado,o que explicaria "Hamlet" tirar o Oscar de Melhor Filme de suas mãos?

1949- "A Grande Ilusão";"Tarde de Mais" e até "Ladrões de Bicicleta" dividiram todos os prêmios daquele Oscar.O que explicaria Joseph L. Mankiewicz vencer o Oscar de Melhor Diretor aquele ano por "Quem é o Infiel?",logo o cara que quase faliu a Fox com "Cleopatra"?

1950 - Repito aqui o mesmo que aconteceu em 1947,era um ano com duas grandes obras primas:"A Malvada" de Joseph L. Mankiewicz e "Crepúsculo dos Deuses" de Billy Wilder,hoje ambos são filmes consagrados,porém "Crepúsculo dos Deuses" sempre está em posições mais elevadas nas listas."A Malvada" venceu.Quem você acha que merecia vencer.

1952- Considerado por críticos o pior filme a vencer o oscar de melhor filme "O Maior Espetáculo da Terra", de Cecil B. deMille, venceu naquele ano e pior, venceu em cima de "Matar ou Morrer".
Nota: Aquele ano o Oscar ignorou de forma gritante maior musical de todos os tempos: "Cantando na Chuva"

1956 - Duas super produções concorriam: "Os Dez Mandamentos", refilmagem de Cecil B. DeMille para seu próprio filme da década de 10 e "Assim Caminha a Humanidade", grande e ousada produção de George Stevens. Naquele ano "A volta ao Mundo em 80 Dias" venceu. Alguém ai entendeu?

1959 - Aquele pode ser considerado um ano em que Alfred Hitchcock foi ignorado pelo seu "Intriga Internacional", amargando apenas uma indicação como roteiro original, no mesmo ano "Morangos Silvestres" também não passou de indicado para Roteiro Original, e em Roteiro Adaptado "Quanto mais Quente Melhor" e "Ben-Hur" perderam para "Almas e Leião"

1960- Sou Grande fã de Billy Wilder e do seu "Se me apartamento falasse", mas em ano em que existia "Spartacus" e "Psicose", é um tanto quanto corajoso premiar o filme de Wilder.

1964 - A primeira de uma série de injustiças contra Stanley Kubrick começa aqui,"Dr. Fantástico" perde o Oscar para "Minha Bela Dama", o musical é um dos mais famosos, também nada explica a ousadia de Kubrick e as multifaces de Peter Sellers perderem o Oscar de Melhor Diretor (para Minha Bela Dama); melhor roteiro adapatado (para Bocket) e melhor ator (para Minha Bela Dama).

1967- Este foi um ano em que o Oscar conseguiu se superar, entre os indicados a melhor filme estavam três clássicos consagrados:"A Primeira Noite de um Homem";"Adivinhe quem Vem para o Jantar" e "Bonnie e Clyde". Vence "No Calor da Noite". Alguém conhece esse filme?

1971 - Um ano como poucos,três indicações de peso: Laranja Mecânica/A Última Sessão de Cinema/Operação França,o terceiro foi o vencedor,ele é considerado um dos melhores filmes policiais de todos os tempos.Laranja Mecância é considerado um dos melhores filmes de todos os tempos,e Stanley Kubrick teve uma das dez melhores direções de todos os tempos,já é a terceira ocasião que Kubrick merece ganhar o Oscar de Melhor Diretor e não vence.

1975 - Outro ano grande do Oscar, desta vez não houve injustiças,mas assim como 1939 esse foi um ano apenas com obras excepcionais concorrendo a Melhor Filme, difícil escolha: Barry Lyndon/Nashville/Tubarão/Um Dia de Cão/Um Estranho no Ninho.

1976- Alguém explica como "Taxi Driver" perdeu a estatueta de Melhor Filme para "Rocky"?Ou pior, porque Martin Scorsese não foi ao menos indicado para Melhor Diretor?

1979- Foi o ano em que "Apocalypse Now" concorreu a 8 Oscar e não levou nenhum,com direito a perder Melhor Filme para "Kramer Vs Kramer". Fracis Ford Coppola perdeu o Oscar de Melhor Direção para Robert Benton (Kramer Vs Kramer) e o merecido Oscar de Melhor Ator Coadjuvante de Robert Duvall foi para Melvyn Douglas (Muito Além do Jardim).

1980-Em um ano em que "Touro Indomável" havia sido lançado e que Martin Scorsese merecia o prêmio de Melhor Diretor, em um ano em que "Star Wars V: O Império Contra Ataca havia sido ignorado das categorias principais e que "O Iluminado" foi subestimado de todas as formas possíveis e "O Homem Elefante" concorreu mas não venceu, não foi estranho "Gente como a Gente" sair vencedor.

1985 - Talvez ali tenha sido cometida a única injustiça contra Steven Spielberg, 85 era um ano para "A Cor Púrpura" vencer e a ótima atuação de Whoopi Goldberg sair consagrada. Nem uma coisa, nem outra.

1990 - "Dança com Lobos" é um filme excelente, bonito, mas em um ano que concorriam "O Poderoso Chefão parte 3";"Tempo de Despertar" e sobretudo "Os Bons Companheiros" é de se estranhar que ele arremate Sete Oscars,ainda mais o de Melhor Filme e Melhor Diretor que estariam muito melhores nas mãos de "Os Bons Companheiros"e Martin Scorsese.

1994- Um ano de cinco obras primas do cinema,um ano que seria difícil escolher apenas um para vencer o prêmio. Concorriam Um Sonho de Liberdade/Quatro Casamentos e um Funeral/Quiz Show/Pulp Fiction/Forrest Gump. "Forrest Gump" acabou vencendo por atender mais as exigências da academia.

1998- Um ano de erros nas principais categorias do Oscar."Shakespeare Apiaxonado" vencer melhor filme quando tinhamos "O Resgate do Soldado Ryan" concorrendo.Roberto Benigni com seu engodo "A Vida é Bela" vai e vence Edward Norton,que fez uma atuação de verdade em "A Outra História Americana",ainda com "A Vida é Bela",um insulto tal filme ter vencido de "Central do Brasil" a categoria Melhor Filme estrangeiro e insulto igual foi Gwyneth Paltrow(Shakespeare Apaixonado) tirar o Oscar das mãos de Fernanda Montenegro (Central do Brasil) ou Cate Blanchett (Elizabeth),em Melhor Roteiro Original,ver "Sakespeare Apaixonado" tirar o Oscar do criativo "O Show de Trumar" é terrível,e em Roteiro Adaptado "Deuses e Monstros" vence "Além da linha Vermelha".Festival de erros!

2002- Um ano com cinco grandes indicados: O Senhor dos Anéis:As Duas Torres/O Pianista/As Horas/Gangues de Nova York/Chicago. A única revolta é que o mais fraquinho dos cinco,"Chicago" levou o prêmio de Melhor Filme.



____________________________________________________________________

Crítica - Paris, te amo

Imaginino-me andando pela rua e encontrando uma lâmpada mágica (não poderia ser mais clichê?) e dentro dela sai um gênio que diz:Você pode escolher um lugar,no mundo todo,para passar exatos três dias.Acredito que sem pensar duas vezes escolheria a França,sempre tive uma queda por este país,e talvez devo amá-lo quando tiver a oportunidade de conhecê-lo (não mais do que Minas Gerais,mesmo assim...),apenas isso já me deixaria com uma incontrolável vontade de assistir "Paris,te amo",mas não apenas isso. Junte ao fato de que quem assume a direção do filme é Walter Salles, Irmãos Coen, Gus Van Sant, Alonso Cuáron, Was Craven, Alexander Payne... Tentador, não?



Crítica:



Paris,como definir Paris com um sentimento?Amor?Talvez,a cidade luz encanta pessoas do mundo todo,e um dos maiores cartões postais do mundo não passa em branco pelo cinema.Logo logo a cidade viraria protagonista de um filme,e que atuação formidável seria!Em 2007 não um,mas 20 cineastas decidiram adaptar sua visão da cidade luz, resultado disso foi "Paris,te amo",uma incrível e sobretudo interessante homenagem àquela cidade.Um curta para cada cineasta,cinco minutos para cada um fazer sua declaração de amor para Paris e nesse meio tempo vemos uma confusão de sentimentos guardados,vemos o amor de um casal que não se ama mais,um amor indiferente,um amor de mãe recheado de culpa,um amor homossexual,um amor além de nacionalidades,um amor que não passa de atração física,um amor repleto de irônias,um amor mais ingênuo,um amor de modo sinistro,um amor florescendo através da conciência pesada de um homem,o amor de pai para filha,o amor entre os que não se conhecem,o amor entre os que se conhecem bem,um amor passando por crises e até mesmo os que não amam.São vários curtas com apenas um tema:AMOR.E tem de tudo.Alguns dos curtas ficam marcados em nossa cabeça por longo tempo,outros já esquecemos antes mesmo do filme acabar.Existem os bem produzidos,os que se afogam nos clichês.Os diretores mais consagrados ou os ainda em ascenssão são responsáveis pelos melhores curtas,mas não esqueceremos dos inciantes.Particulamente meu olho cresceu em cima de uma estória dirigida por Isabel Coixet,e olha que ela tem futuro.A cidade de Paris está lá e serve de inspiração,de cenário e protagoniza tudo,como julgar os cineastas que decidiram fugir dos clichês e não mostrar pontos referências como Arco do Triunfo ou Torre Eiffel ou como julgar os cineastas que simplesmente preferiram mostra o que a cidade tem de melhor?Difícil.O fato é que cada um teve uma vantagem:Liberdade para fazer o que quiser em Paris e uma desvantagem:Cinco minutos para contar uma estória,e rápido,afinal o público é cruel e os cinéfilos ainda mais,qualquer curta seria julgado e comparado com os outros quase 20 que tinham.Resultado final:agradáveis surpresas e surpresas horríveis.



Avaliação Final: 8,0 na escala de 10,0



____________________________________________________________________

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Crítica - Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet

É no mínimo muito curioso que eu tenha assistido a este “Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet” minutos após ter comentado em meu artigo sobre “Conduta de Risco” que não se faziam filmes frios, sensível e artisticamente falando, tão bons quanto se faziam antigamente. Menciono isto em virtude à sensação que tive com o término da sessão da nova obra de Tim Burton de que havia assistido a um filme frio, mas sensacional e extremamente cativante. Diferentemente de longas como “Desejo e Reparação” e “Conduta de Risco”, a frieza deste “Sweeney Todd” em momento algum chegou a me incomodar, muito pelo contrário, além de me cativar completamente, a mesma pôde estabelecer um elo fantástico entre mim e os sentimentos doentios de seu protagonista. Aproveitando o ensejo, já que supra citei longas como “Desejo e Reparação” e “Conduta de Risco”, digo que este “Sweeney Todd” se mostra muito superior a ambos e a sua não indicação ao Oscar de Melhor Filme (e até mesmo Melhor Diretor) foi o maior absurdo que a Academia cometeu este ano. Resta-me agora torcer para que o longa ganhe ao menos o Oscar de Melhor Direção de Arte, que certamente irá faturar.





Ficha Técnica:
Título Original: Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street
Gênero: Suspense
Tempo de Duração: 116 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2007
Site Oficial: http://www.sweeneytoddmovie.com/
Estúdio: DreamWorks SKG / Warner Bros. Pictures / The Zanuck Company / Film IT / Parkes/MacDonald Productions
Distribuição: Warner Bros. Pictures / DreamWorks SKG / Paramount Pictures
Direção: Tim Burton
Roteiro: John Logan (roteiro), Stephen Sondheim (musical), Hugh Wheeler (musical), Christopher Bond (adaptação do musical)
Produção: Richard D. Zanuck, Walter F. Parkes, Laurie MacDonald e John Logan
Música: Mike Higham
Fotografia: Dariusz Wolski
Desenho de Produção: Dante Ferretti
Direção de Arte:
Figurino: Colleen Atwood
Edição: Chris Lebenzon
Efeitos Especiais: Gentle Giant Studios / Moving Picture Company / Neal Scanlan Studios
Elenco: Jhonny Depp (Sweeney Todd / Benjamin Barker), Helena Bonham Carter (Mrs. Lovett), Alan Rickman (Juiz Turpin), Timothy Spall (Beadle Bamford), Ed Sanders (Toby), Jamie Campbell Bower (Anthony Hope), Jayne Wisener (Johanna), Sacha Baron Cohen (Signor Adolfo Pirelli) e Laura Michelle Kelly (mendiga).



Sinopse: Anos após ter sido julgado culpado por um crime que não cometeu e ver a sua família parcialmente destruída graças à intolerância do Juiz Turpin (Alan Rickman), o barbeiro Benjamim Barker, agora alcunhado de Sweeney Todd (Johnny Depp), retorna a Londres a fim de se vingar de todos aqueles que considera culpado pelo infortúnio ocorrido com ele outrora. Com a sede de vingança cada vez maior, a insanidade cresce à mente de Todd, transformando-o em um frio serial-killer que passa a não medir mais os motivos pelos quais elimina suas vítimas. Contando com a ajuda de uma excêntrica doceira, a Srta. Lovett (Helena Bonhan Carter), Todd se instala no mesmo lugar em que exercia sua função de barbeiro no passado e começa a atrair suas vítimas ao local. Após aparar a barba das mesmas, o serial-killer as executa e entrega seus corpos à sua cúmplice, para que a mesma utilize os corpos dos mesmos como ingrediente na composição de suas tortas, eliminando assim as evidências dos crimes.



Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street – Trailer

Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street – Trailer 2



Crítica:



Alfred Hitchcock disse certa vez: “___ Antes começar no clichê do que terminar nele”. Tim Burton realmente levou isto a sério neste “Sweeney Todd”. Baseado em um musical feito por, ninguém mais, ninguém menos que Stephen Sondheim (o maior escritor de musicais de sua geração) o longa aparenta ser uma espécie de conto de fadas às avessas. Assim como todo o conto de fadas, este aqui possui seus pequenos clichês, que variam desde uma batida estória de vingança a um casal de jovens que se apaixonam à primeira vista (um destes jovens, por sinal, é a filha do protagonista). Contudo, o roteiro trabalha tais clichês de maneira tão imprevisível que, conforme sugeria Hitchcock, os mesmos acabam sendo abandonados até o final da película, nos brindando com um desfecho satisfatório, embora perturbador e doentio, assim como o filme todo o é. Lamentavelmente os pontos fracos do longa não se resumem apenas em seus clichês e/ou estereótipos, mas também na falta de sagacidade do mesmo em alguns momentos. Benjamim Barker (protagonista da estória) é um homem que retorna a Londres em busca de vingança (o motivo? Leia a sinopse). Para isto ele almeja abandonar a sua antiga identidade, a fim de livrar-se de suspeitas e assume uma nova: Sweeney Todd. Contudo, se o desejo de Todd é esquivar-se de todo o tipo de suspeita, fica uma pergunta no ar: “___Por que o protagonista volta a exercer o seu ofício no exato lugar onde o fizera outrora, gerando suspeitas inclusive, em um antigo conhecido seu?” Fora estes detalhes, o longa é perfeito. Sombrio, psicótico e sanguinário na medida certa, Burton realiza a façanha de transmitir sutileza a esta obra macabra, tornando-a extremamente cativante, obtendo aqui um de seus melhores resultados como diretor. Os números musicais também colaboram muito para a sutileza da obra, assim como as perfeitas atuações de Depp e Carter (a propósito, que afinados cantores eles se revelam, hein?). A maior qualidade do longa fica por conta do estudo psicológico de seu protagonista, mostrando o modo frio como este atrai suas vítimas e as executa.



Avaliação Final: 9,0 na escala de 10,0.




____________________________________________________________________