quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Crítica - Casablanca

Considero “Casablanca” um filme perfeito, mas ainda assim, extremamente superestimado. Sim, esta é uma afirmação um tanto o quanto estranha, mas irei me justificar. O longa, muito bem dirigido por Michael Curtiz diga-se de passagem, se mostra extremamente eficiente em todos os seus aspectos. As atuações são fantásticas, a trilha sonora é marcante, a direção de Curtiz, como consta supra mencionado, é muito boa e o roteiro (eleito o melhor da história do Cinema, o que também figura um certo exagero) extrapola os limites da perfeição, explorando muito bem seus protagonistas e contando com vários dos diálogos mais marcantes do Cinema. Mesmo com tantos pontos a seu favor, o filme acaba sendo elevado a um patamar muito além de sua real qualidade. Só para se ter uma idéia, no ranking elaborado pela A.F.I. (American Film Institute), onde figuram os melhores filmes de todos os tempos falados em inglês, segundo o Instituto, o mesmo ocupa uma exagerada 3ª posição deixando para trás outras obras magníficas, tais como “O Poderoso Chefão – Parte II”, “Taxi Driver”, “Laranja Mecânica”, “Crepúsculo dos Deuses” e muitos outros que mereciam uma posição muito mais elevada no ranking, mais elevada que o próprio “Casablanca”.





Ficha Técnica Em Andamento



Sinopse: Casablanca é a rota obrigatória de quem está fugindo dos nazistas na Segunda Guerra Mundial. É lá que Rick (Humphrey Bogart) vai reencontrar Ilsa (Ingrid Bergman), anos depois de terem se apaixonado e se perdido em Paris.



Casablanca – Trailer

Casablanca – Trailer 2



Crítica:



Da mesma forma que acredito ser um exagero considerar “Cidadão Kane” o melhor filme de todos os tempos, acredito ser um outro grande exagero considerar “Casablanca” o segundo melhor filme de todos os tempos. No entanto, seria muito injusto de minha parte atribuir uma nota inferior a 10,0 (dez) a este longa. Em primeiro lugar, temos aqui um roteiro, escrito a três mãos, extremamente bem elaborado (eleito o melhor roteiro de todos os tempos) que além de ser bastante complexo e envolvente, mescla vários gêneros como: romance, guerra, drama, policial e aventura sem jamais deixar um se sobressair sobre o outro. Contudo, não resta dúvidas de que a maior qualidade do roteiro sejam os diálogos contidos no mesmo. A maioria deles são inesquecíveis ("Beije-me como se esta fosse a última vez", "Este é o começo de uma nova grande amizade", "Toque-a novamente, Sam" e, como não poderia deixar de ser: "Se pensasse em você, provavelmente o desprezaria") e alguns deles são completamente imprevisíveis ("O que você estava fazendo há dez anos atrás?", "Eu estava colocando aparelho nos dentes!", passam-se alguns minutos, "Nos conhecemos muito pouco, eu não sei nada sobre o seu passado!", "Também não sei nada sobre o seu, a não ser é claro, que precisou consertar os dentes!"). A direção de Michael Curtiz também é simplesmente brilhante. Não só pela maneira como o excelente diretor trabalha com as câmeras, mas também pelo modo maduro com que este conduz o triangulo amoroso entre Rick, Ilsa e Victor fazendo com que o mesmo, em momento algum, soe piegas e se sobressaia mais que a trama política que o longa aborda (infelizmente, David Lean não conseguiu realizar o mesmo com “Dr. Jivago”, fazendo assim com que o romance entre Yuri e Lara se tornasse ligeiramente inconveniente naquela trama, que por sinal é ótima). Mas a maior qualidade do filme fica por conta da atuação de Humphrey Bogart, este que confere ao seu personagem Rick um tom de voz quase tão memorável quanto o que Marlon Brando emprestou a seu inesquecível Don Vito Corleone.



Avaliação Final: 10,0 na escala de 10,0.



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Um comentário:

Ricardo Bianchetti disse...

Preciso comentar o que acho de "Casablanca"?

Acho que um 99º lugarjá seria muito exagero para o filme na lista da AFI