domingo, 20 de janeiro de 2008

Crítica - A Lenda do Tesouro Perdido

Já escrevi diversas críticas sobre os filmes produzidos por Jerry Bruckheimer e é, no mínimo, muito estranho eu decidir publicar a deste filme antes de qualquer outra. Particularmente, não tenho tanta coisa contra Bruckheimer assim como a grande maioria dos cinéfilos têm. Seus filmes são megalomaníacos, imaturos, fúteis, contém inúmeros atentados à evolução cinematográfica e o que é pior, subestima a inteligência do espectador a cada nano segundo de projeção. Mas uma coisa não podemos negar, são longas carregados de adrenalina e se revelam ótimos passatempos. Entretanto, Cinema é mais do que um reles passatempo ou uma reles diversão, Cinema é Arte, Cinema é uma manifestação política, social ou intelectual e em momento algum Bruckheimer o respeita desta forma. Suas produções são na verdade uma ferramenta de gerar rios de dinheiro se aproveitando da ignorância alheia.






Ficha Técnica:
Título Original:
National Treasure
Gênero: Aventura
Tempo de Duração: 131 minutos
Ano de Lançamento (EUA):
2004
Site Oficial: www.nationaltreasure.com
Estúdio: Touchstone Pictures / Jerry Bruckheimer Films / Junction Entertainment / Walt Disney Pictures / Saturn Films / Declaration Productions Inc.
Distribuição: Buena Vista Pictures
Direção: Jon Turteltaub
Roteiro: Jim Kouf, Ted Elliott, Terry Rossio, Oren Aviv, Charlie Segars, Cormac Wibberley e Marianne Wibberley
Produção: Jerry Bruckheimer e Jon Turteltaub
Música: Trevor Rabin
Fotografia: Caleb Deschanel
Desenho de Produção: Norris Spencer
Direção de Arte: Geoff Hubard
Figurino: Judianna Makovsky
Edição: William Goldenberg
Elenco:
Nicolas Cage (Benjamin Franklin Gates), Diane Kruger (Abigail Chase), Justin Bartha (Riley Poole), Sean Bean (Ian Howe), Jon Voight (Patrick Gates), Harvey Keitel (Sadusky), Christopher Plummer (John Adam Gates), David Dayan Fisher (Shaw), Stewart Finlay-McLennan (Powell), Oleg Taktarov (Shippen), Stephen A. Pope (Phil), Annie Parisse (Agente Dawes), Mark Pellegrino (Agente Johnson), Armando Riesco (Agente Hendricks), Erik King (Agente Colfax), Don McManus (Dr. Stan Hebert) e Hunter Gomez (Ben Gates - jovem)



Sinopse: Benjamin Franklin Gates (Nicolas Cage) é um caçador de tesouros, função que já está na 3ª geração em sua família. Durante toda sua vida Benjamin procurou um tesouro que ninguém acredita existir, tendo sido acumulado durante séculos e transportado por vários continentes para evitar que fosse roubado. As investigações de Benjamin sobre a localização deste tesouro fazem com que ele descubra que existe um mapa codificado escondido na Declaração de Independência dos Estados Unidos. Só que para conseguir lê-lo Benjamin terá que enganar o FBI e roubar um dos documentos mais vigiados do país.



National Treasure Trailer



Crítica:



Quando notamos que um filme de Jerry Bruckheimer será lançado temos certeza de duas coisas: ou o mesmo terá a intenção de arrecadar rios de dinheiro ou conterá mensagens ufanistas para lá de ridículas e desnecessárias. Foi assim, por exemplo, com “Pearl Harbor” que, da maneira mais imbecil e ridícula o possível, almejou isentar os Estados Unidos da culpa pela batalha ocorrida na ilha homônima, além de direcioná-los à inconcebível posição de “mocinhos da história”. No entanto, quando vemos que um filme como “A Lenda do Tesouro Perdido” será lançado, fazemos a seguinte observação: “Certamente o longa almejará arrecadar centenas de milhões em bilheteria, mas será que uma simples estória de caça ao tesouro irá apelar para sentimentalismos ufanistas para lá de piegas?”. Sim, tratando-se de Jerry Bruckheimer pode-se apostar que sim. O pior é que neste longa tais sentimentalismos são retratados da maneira mais ridícula o possível, variando desde a seqüência onde o protagonista realiza uma operação de alto risco afim de salvar a Declaração de Independência estadunidense (megalomania é outra característica negativa desta produção) até a seqüência onde ele abre o documento no Salão da Independência e, após um suspiro, diz: “A última vez que isto esteve aqui, foi quando ela foi assinada”, com um brilho ultra patriótico nos olhos. Outro ponto negativo relacionado ao patriotismo exacerbado do filme reside em sua fotografia que não faz nada além de retratar pontos históricos daquele país asqueroso da maneira mais grandiosa e megalomaníaca o possível. Fora o ufanismo desmedido deste “A Lenda do Tesouro Perdido”, o mesmo conta com clichês e estereótipos que parecem transbordar as margens do roteiro, variando desde o protagonista nerd, altruísta e politicamente correto ao vilão ambicioso e desleal. Entretanto, não posso negar que a trama é deveras interessante e, mesmo sendo bastante previsível, trazendo a nós mais do mesmo, conta com algumas reviravoltas interessantes e seqüências de ação geniais, típicas dos filmes de Bruckheimer. Fútil, mas divertido.



Avaliação Final: 5,0 na escala de 10,0


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