quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Crítica - Rastros de Ódio

Uma coisa é certa, para um cinéfilo não há nada melhor do que poder acompanhar a um filme clássico que ficou marcado na história da Sétima Arte devido a sua importância à mesma. Mas uma coisa é um cinéfilo assistir ao filme, reconhecer as qualidades do mesmo, reparar nos defeitos (se tiver) e formar uma opinião sobre tal obra-cinematográfica, outra coisa é este mesmo cinéfilo se aventurar a publicar a opinião formada sobre o clássico. Infelizmente, é impossível dissertar sobre um clássico cinematográfico, citar alguns pontos negativos que o mesmo possui (se possuir) e desejar ser perfeitamente compreendido por 100% das pessoas que lerem tal dissertação. Por mais que você justifique o seu ponto de vista negativo acerca do filme, sempre haverá um fã do mesmo que discordará, ou pior, desrespeitará este seu ponto de vista. Isto certamente acontecerá comigo após criticar de maneira extremamente negativa este “Rastros de Ódio”, tido pela maioria dos cinéfilos como o melhor western de todos os tempos. De qualquer forma, não posso me abster de publicar a crítica do filme por mero capricho de agradar a todos os freqüentadores do “Cine-Phylum”. Portanto aqui está ela.






Ficha Técnica Em Andamento



Sinopse: Ethan Edwards (John Wayne) é um homem que parte em busca de vingança contra os índios que exterminaram sua família, ao mesmo tempo que tenta resgatar, com vida, sua sobrinha. Baseado em uma obra de Alan Le May, é um dos westerns mais clássicos já feitos.



The Searschers – Trailer



Crítica:



A mim pouco me importa que este lixo em forma de Cinema seja considerado por muitos um clássico da sétima arte. Me importa menos ainda saber que o mesmo ocupa sempre uma das primeiras posições em várias listas elaboradas por críticos de Cinema. O fato é que trata-se do filme mais superestimado de todos os tempos (superando até mesmo “Titanic” e “Os Imperdoáveis” neste aspecto). Mas antes fosse apenas um filme superestimado, já estaria de bom tamanho. O problema é que esta porcaria pode (e deve) ser considerada uma das maiores afrontas já realizadas à cultura indígena estadunidense. O argumento do longa é extremamente preconceituoso e eurocentrico e coloca o homem branco como sendo o “mocinho” da estória ao passo que o índio assume o papel do vilão, do indivíduo que comete atrocidades sem o menor resquício de clemência com o homem branco. Talvez o roteirista (imbecil) seja um estadunidense alienado que realmente acredita que os indígenas sejam os maiores responsáveis pelas carnificinas ocorridas na época. Talvez ele tenha se esquecido que foi o homem branco quem invadiu as terras dos nativos e covardemente, diga-se de passagem, travou diversas batalhas contra os mesmos utilizando armas de fogo ao passo que aqueles se limitavam a machados e arcos e flechas. Sinceramente, um filme lastimável do ponto de vista moral e o seu sucesso acerca do mundo todo é alarmante. Muito me admira Marlon Brando na noite em que enviou uma atriz disfarçada de índia para receber o Oscar de melhor ator que havia faturado por “O Poderoso Chefão” (meu filme predileto) não tenha ordenado que a mesma queimasse uma cópia deste “Rastros de Ódio” em frente a toda a Academia. Enfim, se do ponto de vista moral o filme é repugnante, asqueroso e fútil, do ponto de vista cinematográfico é muito bom, contando com uma ótima direção, atuações afiadas, um roteiro muito bom que, apesar de deplorável, moralmente falando, explora muito bem seus personagens e se desenrola de maneira dinâmica com o passar do tempo. A fotografia é a maior qualidade do longa.



Avaliação Final: 4,0 na escala de 10,0.



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5 comentários:

Ricardo Bianchetti disse...

Não vi "Rastros do Ódio",mesmo assim acho que esta sua resenha foi uma das melhores que você já fez Daniel,simplesmente por você não se sentir preso a uma nota boa apenas pelo valor do filme entre os críticos

Viva a liberdade de expressão,viva conseguirmos dar um 4 para um filme que a maioria concede nota 10

Anônimo disse...

Grande noção de história e cultura... péssima noção de cinema... o filme pra você tem que dizer o que você quer escutar? Faz favor!!!!

O Chefão é que é moralmente bom?
Claro que não e nem por isso é um filme "detestável".... vc é ridículo!

Anônimo disse...

Meu caro, sua pinião é muito vaga, e você não soube justificar os incontaveis desaforos de mal gosto que "bufou" sobre este filme. Vou lhe dar um conselho: assista de novo, e de novo e preste bem atenção na personalidade do protagonista (na pele de John Wayne) e veja a critica madura ao racismo q o filme se presta a fazer. Você não entendeu nada, meu caro. E à proposito, leia a critica mais recente de um dos seus sites parceiros, o "cineplayers".
Abraço, e veja se abre a cabeça. Ok?

Daniel Esteves de Barros disse...

o filme pra você tem que dizer o que você quer escutar?

E eu tenho que escrever o que Vossa Senhoria almeja ler?
Francamente, ridículo é quem posta críticas negativas sem nem ao menos informar o nome verdadeiro.
Quanto a "O Poderoso Chefão", não vejo o porquê de o mesmo ser encarado como moralmente ruim. A trilogia toda se propõe a mostrar o modo como a ganância de um homem destrói toda uma família.
Em relação ao outro "anônimo", talvez eu assista ao filme novamente, só não sei quando, pois tenho pouquíssimo tempo livre para isto.

Daniel Esteves de Barros disse...

"...preste bem atenção na personalidade do protagonista (na pele de John Wayne) e veja a critica madura ao racismo q o filme se presta a fazer..."

Ok, e o senhor, que parece ter entendido completamente o filme (visto que, segundo a sua honorabilissimamente honorável pessoa, este ser inútil que vos escreve não entendeu absolutamente nada), também preste atenção na maneira gloriosa como é retratada o massacre final dos indígenas, preste atenção também que os índios são sempre vistos como sujeitos carrancudos, impíedosos (o exagero é tanto que mostra um chefe apache de braços cruzados olhando para uma garotinha indefesa cujo destino será altamente cruel) e ridículos (que é o caso da indía que se apaixona por um dos protagonistas).
Leve em conta também que John Wayne e John Ford são reacionários e, cá entre nós, que reacionário se preocupa em apresentar críticas ao racismo?