sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Crítica - Eu Sou a Lenda

Sempre menciono que um filme deve ser analisado do ponto de vista da época em que fôra lançado. Atualmente, se decidirmos analisar um longa como “O Mágico de Oz” tomando por base os padrões do Cinema moderno, o filme de Victor Flemming iria soar pouco inovador, extremamente simplório e certamente não iria causar o mesmo impacto que causou em sua estréia, no ano de 1939 (principalmente se levarmos em conta que, caso seguíssemos esta hipótese, a trilogia “O Senhor dos Anéis” teria sido lançada antes de “O Mágico de Oz” e certamente ofuscaria o brilho desta segunda obra). Algo parecido ocorreu com este “Eu Sou a Lenda”. O filme conta com uma premissa que, apesar não ser muito antiga, pode ser tomada como extremamente batida, principalmente se levarmos em conta que, a maioria dos filmes atuais que optam por mesclar o gênero ficção científica com suspense, seguem tal premissa. O fato de o filme ter sido lançado anos após muitos outros filmes terem adotado a mesmíssima premissa, acabou fazendo com que ele causasse pouco impacto no espectador. Caso o filme de Lawrence fosse lançado há dez anos, certamente conteria os mesmíssimos defeitos que contém, mas ao menos soaria mais original e inovador, e isso, faria uma grande diferença.






Ficha Técnica:
Título Original: I Am Legend
Gênero: Ficção Científica
Tempo de Duração: 96 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2007
Site Oficial: wwws.br.warnerbros.com/iamlegend
Estúdio: Warner Bros. Pictures / Original Film / Heyday Films / 3 Arts Entertainments / Overbrook Entertainment / Village Roadshow Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Direção: Francis Lawrence
Roteiro: Mark Protosevich e Akiva Goldsman, baseado em roteiro de John William Corrington e Joyce Hooper Corrington e em livro de Richard Matheson
Produção: Akiva Goldsman, David Heyman, James Lassiter, Neal H. Moritz e Erwin Stoff
Música: James Newton Howard
Fotografia: Andrew Lesnie
Desenho de Produção: David Lazan e Naomi Shohan
Direção de Arte: William Ladd Skinner e Patricia Woodbridge
Figurino: Michael Kaplan
Edição: Wayne Wahrman
Efeitos Especiais: Proof / Tinsley Transfers / Patrick Tatopoulos Design / Gentle Giant Studios / Quantum Creation FX

Elenco: Will Smith (Robert Neville), Alice Braga (Anna), Salli Richardson (Ginny), Paradox Pollack (Alpha), Charlie Tahan (Ethan), Michael Ciesla (Refugiado) e Thomas J. Pilutik.


Sinopse: Um terrível vírus incurável, criado pelo homem, dizimou a população de Nova York. Robert Neville (Will Smith) é um cientista brilhante que, sem saber como, tornou-se imune ao vírus. Há 3 anos ele percorre a cidade enviando mensagens de rádio, na esperança de encontrar algum sobrevivente. Robert é sempre acompanhado por vítimas mutantes do vírus, que aguardam o momento certo para atacá-lo. Paralelamente ele realiza testes com seu próprio sangue, buscando encontrar um meio de reverter os efeitos do vírus


I Am Legend Trailer


Crítica:


Se há algo de positivo nestes filmes atuais de ficção científica temperados com ligeiras doses de suspense é o debate que eles nos proporcionam acerca de como os avanços científicos, sejam eles tecnológicos, genéticos ou de qualquer natureza podem se voltar contra o seu próprio criador: o ser humano. Por outro lado, a grande maioria destes filmes se prende a situações clichês, personagens estereotipados e sinopses e estórias recheadas de fundamentos absurdos. Isto pode ser notado claramente enquanto se assiste a este “Eu Sou a Lenda”. O filme tem seu início com um programa jornalístico onde uma âncora entrevista uma cientista que atualmente encontra-se realizando pesquisas de uma vacina que supostamente viria a ser a cura do câncer. Após obter êxito com as suas experiências, tal cientista implanta a vacina em milhões de pessoas. Aparentemente, os resultados obtidos com a vacinação se mostram apenas positivos, até que repentinamente o vírus que fôra implantado passa a reagir de forma negativa, mudando completamente o caráter e a forma física das pessoas vacinadas, transformando-as literalmente em zumbis. Em primeiro lugar, notamos que trata-se de uma premissa mais do que batida que fôra, inclusive, utilizada em filmes como “Arquivo X” (que não trata de zumbis, mas sim da maneira como um vírus pode alterar o comportamento de uma pessoa) e a ridícula trilogia – “Resident Evil”. Em segundo lugar tal estória se mostra absurdamente implausível de ser absorvida em um contexto real. Já foi comprovado cientificamente que um vírus não pode, jamais, causar mudanças no comportamento de seres humanos, muito menos transformá-los literalmente em zumbis. Mesmo com tantos defeitos aparentes (e olhe que eu nem citei o estereotipo que é o protagonista) o filme se revela uma interessante experiência, principalmente quando aborda o drama do protagonista, brilhantemente interpretado por Will Smith, ao se sentir isolado do resto do mundo, sem ter um único ser vivo para manter contato, salvo sua cachorra de estimação. A excelente direção de Francis Lawrence conta muitos pontos a favor.


Avaliação Final: 6,0 na escala de 10,0.


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