Desde que li a crítica redigida por “Pablo Villaça” no site “Cinema em Cena” sobre o filme “Plano 9 do Espaço Sideral” fiquei roendo minhas unhas de curiosidade para conferir o mesmo. Afinal de contas, não é a todo dia que você tem o dúbio prazer de poder conferir aquele que é considerado pela grande maioria da crítica como sendo o “pior filme de todos os tempos”. Entretanto, confesso que esperava algo bem pior do que tive a oportunidade de conferir e concluí que, apesar de ser um filme visivelmente ruim, “Plano 9 do Espaço Sideral” (aliás, que título bisonho este, diga-se de passagem) foi curiosamente capaz de me divertir e de me cativar até o final do mesmo e confesso que me aborreceu bem menos (para falar a verdade, nem chegou a me aborrecer) que longas como “A Sogra”, “O Chamado 2”, “Ace Ventura 2 – Um Maluco na África”, “Mortal Kombat – A Aniquilação”, “George – O Rei da Floresta”, “Jackass – Cara de Pau” e, principalmente, “Street Fighter”, entre muitos (e ponha muitos nisso) outros filmes.

Título Original: Plan 9 from Outer Space
Gênero: Ficção Científica
Tempo de Duração: 79 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1958
Estúdio: Reynolds Pictures, Inc.
Distribuição: Distributors Corporation of America Inc.
Direção: Edward D. Wood Jr.
Roteiro: Edward D. Wood Jr.
Produção: Edward D. Wood Jr.
Música: Bruce Campbell, Wolf Droysen, Trevor Duncan, Franz Mahl, John O'Notes, Van Phillips, Steve Race, Wladimir Selinsky, James Stevens e Gilbert Vinter
Fotografia: William C. Thompson
Figurino: Dick Chaney
Elenco: Gregory Walcott (Capitão Jeff Trent), Mona McKinnon (Paula Trent), Duke Moore (Tenente John Harper), Tom Keene (Coronel Tom Edwards), Carl Anthony (Patrulheiro Larry), Paul Marco (Patrulheiro Kelton), Tor Johnson (Inspetor Daniel Clay), Dudley Manlove (Eros), Joanna Lee (Tanna), Lyle Talbot (General Roberts), David De Mering (Danny), Norma McCarthy (Edith), Bela Lugosi, John Breckinridge e Edward D. Wood Jr.
Sinopse: Após notificarem a descoberta de uma substância no planeta Terra capaz de explodir o Sol e colocar todo o Universo em risco, um grupo de alienígenas decide destruir a raça humana a fim de evitar a tragédia. Para isso, os extraterrestres põem em prática o “Plano 9” que consiste em ressussitar pessoas mortas, transformando-as em “zumbies” e fazendo-as assassinar seres humanos.
Plan 9 from Outer Space - Trailer
Plan 9 from Outer Space - Trailer 2
Plan 9 from Outer Space - Trailer 3
Crítica:
Da mesma forma que comecei minha análise sobre “Cidadão Kane” começo esta aqui. Considero um exagero em larga escala alcunhar este “Plano 9 do Espaço Sideral” como “o pior filme de todos os tempos”. Que o longa é uma porcaria exacerbada, isto não se tenha dúvidas, mas daí a considerá-lo o pior filme de todos os tempos já há um certo exagero por parte da crítica. De qualquer forma, os problemas com o longa já começam com a intenção do “produtor”, “diretor” e “roteirista” (não preciso explicar o uso das aspas, não é mesmo?) “Edward D. Wood Jr.” em realizar um filme de ficção científica mesclado com terror. O problema é que “Wood” nada entende de ficção científica (em certo momento da película vemos um personagem afirmar que um raio de Sol é constituído por vários átomos, provavelmente “Wood” nunca ouviu falar em “fótons”), nada entende de assustar os espectadores (o máximo que ele consegue é nos fazer rir com as cenas em que tenta nos assustar), nada entende de dirigir filmes (em breve comentarei alguns erros grotescos de direção) e, bem, “Wood” praticamente não entende nada de nada. Além de contar com atuações nada convincentes, um roteiro para lá de furado regado por uma estória tremendamente absurda, uma música de fundo composta por, no máximo, seis acordes (alguém se lembra da música de fundo do jogo para “Atari” chamado “Pitfall”?), frases carregadas de pleonasmos e/ou redundâncias (dentre as quais eu cito “Todos têm interesse no futuro, pois eventos futuros como este afetarão nossas vidas no futuro) o longa conta com uma direção que ultrapassa os limites da desídia, contando com tampas de panela simbolizando discos voadores, lápides de cemitério que caem durante as gravações e mudanças bruscas de períodos diários de uma cena para outra (na clássica seqüência onde um zumbi persegue uma das protagonistas do longa, por exemplo, as cenas se alternam mais de cinco vezes entre dia e noite). Em contrapartida, o filme é inexplicavelmente divertido e curioso e nos cativa até o final (este que, por sinal, é um dos desfechos mais previsíveis a que já assisti).
Avaliação Final: 3,0 na escala de 10,0.
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