quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Crítica - Crepúsculo dos Deuses

Dentre todos os clássicos absolutos que “Hollywood” já nos presenteou, este é um dos poucos a que ainda não havia tido a oportunidade de assistir. Contudo, após ter sofrido uma certa pressão de um amigo virtual (não, não é o mesmo que me pressionou a assistir ao excelente “Lavoura Arcaica”) decidi criar vergonha na cara e locar este longa que é, sem sombra de dúvidas, altamente indispensável a todos aqueles que se dizem cinéfilos. Cumprido o meu dever, só tenho a dizer que passei 110 minutos sensacionais na frente da televisão enquanto assistia a este “Crepúsculo dos Deuses” e é claro, o filme é deveras recomendado a todas as pessoas que nutram um pouco (por menor que seja) de interesse pela sétima arte.





Título Original: Sunset Boulevard
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 110 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1950
Estúdio: Paramount Pictures
Distribuição: Paramount Pictures
Direção: Billy Wilder
Roteiro: Charles Brackett, D.M. Marshman Jr. e Billy Wilder
Produção: Charles Brackett
Música: Franz Waxman
Direção de Fotografia: John F. Steinz
Direção de Arte: Hans Dreier e John Meehan
Figurino: Edith Head
Edição: Doane Harrison e Arthur P. Schmidt
Elenco: William Holden (Joe Gillis), Gloria Swanson (Norma Desmond), Erich von Stroheim (Max Von Mayerling), Nancy Olson (Betty Schaefer), Fred Clark (Sheldrake), Lloyd Gough (Morino), Jack Webb (Artie Green), Franklyn Farnum (Coveiro), Larry J. Blake (Homem de finanças), Chales Dayton (Homem de finanças), Cecil B. DeMille (Cecil B. DeMille), Buster Keaton (Buster Keaton), H.B. Warner (H.B. Warner) e Ray Evans (Ray Evans).


Sinopse: No início um crime é cometido e uma voz em “off” começa a narrar que tudo começou quando Joe Gillis (William Holden), um roteirista fugindo de representantes de uma financeira que tentava recuperar o carro por falta de pagamento e se refugia em uma decadente mansão, cuja proprietária, Norma Desmond (Gloria Swanson), era uma estrela do cinema mudo. Quando Norma tem conhecimento que Joe é roteirista, contrata-o para revisar o roteiro de Salomé, que marcaria o seu retorno às telas. O roteiro era insuportável, mas o pagamento era bom e ele não tinha o que fazer. No entanto, o que o destino lhe reservava não seria nada agradável.



Sunset Boulevard Trailer



Crítica:


Eu bem que poderia dar início a esta análise cinematográfica afirmando que “Crepúsculo dos Deuses” é um dos filmes mais ousados da história do Cinema (senão o mais ousado) por abordar todo o lado “podre” de “Hollywood” e seus produtores que, após ganharem muito dinheiro à custa de seus roteiristas, diretores e atores, os dispensam a partir do momento em que sentem que estes não lhes são mais capazes de render tantos lucros quanto renderam outrora (aliás, uma nota deveras importante: é no mínimo muito interessante vermos a ousadia do diretor “Billy Wilder” ao escalar “Gloria Swanson” e “Erich von Stroheim” para assumir dois dos papéis principais do longa, sendo que ambos foram, respectivamente, atriz e diretor famosíssimos em sua época e importantíssimos para o desenvolvimento da sétima arte, mas acabaram sendo definitivamente esquecidos pelos produtores “hollywoodianos” durante a chamada “época de ouro do Cinema”), mas a verdade é que o longa aborda muito mais do que isso. É claro que o filme brilhantemente conduzido por “Wilder” visa, acima de tudo, nos transmitir esta mensagem de desprezo do Cinema para com os seus criadores, mas ao utilizar isto como base para minha crítica estaria fazendo o mesmo que muitos outros críticos já fizeram inúmeras vezes. Por este e outros motivos, utilizarei como base para esta análise àquilo a que mais me chamou a atenção: a construção de sua personagem mais interessante: “Norma Desmond”. A sensação que tive enquanto assistia à película era a de que “Desmond”, na verdade, se tratava da versão feminina de “Charles Foster Kane”. Não digo isto partindo apenas da maneira como a mesma é magnificamente desenvolvida pelo roteiro, mas também pela maneira como o mesmo aborda a decadência da ex-estrela, alicerçada à sua ganância, que posteriormente se transformaria em megalomania, mais tarde se transformaria em decepção e, por fim, se transformaria em um eterno vazio que não mais poderia ser preenchido com riquezas materiais. O elenco dá um espetáculo a parte e “Swanson” realiza a melhor atuação feminina da história.


Avaliação Final: 10,0 na escala de 10,0.


_____________________________________________________________________________________

Nenhum comentário: