domingo, 24 de fevereiro de 2008

Palpites finais para o Oscar 2008

É, eu sei, já havia feito um bolão da 80ª edição do Oscar há um ou dois meses atrás, mas o tempo passou, tive a oportunidade de assistir a muitíssimos filmes que estão concorrendo as mais diversas premiações (apesar de ter que confessar vergonhosamente que não conferi à maioria dos filmes que estão concorrendo) e agora minha opinião mudou consideravelmente em relação a algumas premiações.

Neste bolão, não só irei arriscar meus palpites como prováveis vencedores, como também irei justificá-los, mencionar quais são os meus filmes prediletos em cada categoria e quais têm chances de vencer, apesar de não terem o favoritismo ao seu lado.


Melhor Edição de Efeitos Sonoros:


Vencerá: “O Ultimato Bourne”.

Por que?: A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas costuma premiar os filmes mais barulhentos do ano tanto nesta categoria quanto na categoria “Som”. “Transformers” certamente é mais barulhento que “O Ultimato Bourne”, mas como diria Meryl Streep: “O Oscar é 90% de política e 10% de merecimento”. Política por política, os membros da Academia jamais dariam três prêmios a um filme comercial patético a lá “Transformers” e tendo em vista que o longa de Michael Bay vencerá “Som” e “Efeitos Visuais”, provavelmente não ficará com “Efeitos Sonoros”, sendo que este passará às mãos de “O Ultimato Bourne”.


Deveria vencer: “Transformers”.

Por que?: O filme de Michael Bay é altamente frívolo do ponto de vista artístico, mas não resta dúvidas de que é perfeito se analisarmos “Efeitos Visuais”, “Som” e, é claro, “Efeitos Sonoros”.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “Transformers”.

Por que?: Porque é excessivamente barulhento e a Academia costuma reconhecer isto nesta categoria.


Melhor Som:


Vencerá: “Transformers

Por que?: Uma vez que a Academia teria esnobado o filme de Bay na categoria “Efeitos Sonoros”, seria hora de reconhecer as extrapolações em níveis de decibéis do mesmo e esta premiação seria perfeita para isso.


Deveria vencer: “Transformers

Por que?: Odiei este filme. Para mim é mais uma porcaria, entre as outras que Michael Bay já fez, mas não resta dúvidas de que o “Som” do filme é sensacional, sendo assim, seria justo uma vitória dele nesta categoria.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “O Ultimato Bourne

Por que?: Tendo em vista que, ao lado de “Transformers”, é o filme mais barulhento do ano, este encerramento de trilogia sem dúvida alguma tem grandes chances, mas o longa de Bay é superior neste quesito.


Melhor Trilha-Sonora:


Vencerá: “Desejo e Reparação

Por que?: A trilha-sonora se mescla muito bem com o filme em questão e confere ritmo ao mesmo. Isto sem contar que o mesmo, apesar de ter sido indicado em diversas categorias, não deverá levar muitos prêmios para casa, ficando com este como uma espécie de: “prêmio de consolação”.


Deveria vencer: “Os Indomáveis

Por que?: Confesso que aqui estou sendo deveras subjetivo. Sou fã incondicional de “westerns” (me arrepio só de me lembrar dos filmes de Sergio Leone) e uma das maiores qualidades deste gênero de filme reside em sua trilha-sonora. A trilha-sonora deste “Os Indomáveis” nem de longe nos lembra a clássicos fabulosos e absolutos, tais como “Três Homens em Conflito” e “Por Uns Dólares a Mais”, mas sem dúvida alguma se mescla muito bem com a imagem do filme em questão, sendo uma das maiores qualidades do mesmo.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “O Caçador de Pipas”

Por que?: Não vejo graça nenhuma nesta porcaria maquiada de filme belo, mas a Academia parece nutrir uma certa simpatia pelo mesmo. Não fosse por “Desejo e Reparação”, o “prêmio de consolação” certamente iria para este lixo cinematográfico conservador de direita.

Obs.: “Ratatouille” também tem uma trilha-sonora estupenda e tem chances de vencer, mas acredito que seja difícil isto ocorrer.


Melhor Maquiagem:


Vencerá: “Norbit”.

Por que?: Não resta dúvidas de que este filme seja uma porcaria em grandes proporções. A maior prova disso é que a grande parte das pessoas que conheço gostaram do mesmo e o bem da verdade é que a grande parte das pessoas que conheço são completos idiotas alienados política e artisticamente falando. Contudo, a maquiagem de “Norbit” é, no mínimo, sensacional, pois é capaz de alterar o fenótipo de diversos atores da maneira mais natural e imperceptível o possível. Infelizmente, um dos piores filmes do ano, correrá sério risco de levar um troféu por debaixo do braço.


Deveria vencer: “Piaf – Um Hino ao Amor”.

Por que?: A maquiagem de “Piaf” não é tão visualmente perfeita quanto à do péssimo “Norbit”, mas se observamos com olhar artístico podemos ver que ela é muito mais importante para o desenvolvimento do filme em questão que a bomba estrelada (gargalhadas) pelo ator (gargalhadas) Eddie Murphy (se é que esta porcaria se desenvolve de alguma forma).


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “Piaf – Um Hino ao Amor”.

Por que?: Pelos mesmíssimos motivos supracitados.


Melhor Animação:


Vencerá: “Ratatouille

Por que?: Pixar e Brad Bird são os queridinhos da Academia nesta categoria. Isto sem contar que o desenho por si só é fantástico e segue todos os requisitos que um vencedor nesta categoria deve seguir. Outro ponto favorável desta ótima animação é a ousadia da mesma que critica a rigidez nossa, de críticos de Cinema, utilizando para isto a imagem do crítico de Culinária.


Deveria vencer: “Ratatouille

Por que?: Simples, porque admito não ter assistido a “Persépolis” e “Tá Dando Onda” ainda (vergonha) e por este motivo só me resta apontar “Ratatouille” como meu favorito.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “Persépolis”.

Por que?: Na verdade, esta animação tem quase tantas chances de vencer quanto o filme de Brad Bird. A diferença é que o longa da Pixar obteve mais glamour que “Persépolis” e por este motivo deverá vencer. Por outro lado, a produção francesa aborda um tema politizado e isto lhe dará fortes chances de levar o Oscar, apesar de não ser favorito.


Melhor Edição de Efeitos Visuais:


Vencerá: “Transformers

Por que?: Como já disse inúmeras vezes neste artigo, “Transformers” é um filme pavoroso do ponto de vista artístico, mas se sai muito bem em outros quesitos, dentre os quais, destaco Efeitos Visuais, quesito onde deixa seus concorrentes no chinelo.


Deveria vencer: “Transformers

Por que?: Conforme citei acima, “Transformers” deixa seus concorrentes no chinelo neste quesito. É claro que os animais de “A Bússola de Ouro” e as batalhas de “Piratas do Caribe – Parte III” são fantásticos, mas nada se compara ao longa em questão.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “A Bússola de Ouro

Por que?: A trilogia “Piratas do Caribe” já foi reconhecida no ano passado levando um Oscar pelo seu segundo episódio (que, no quesito efeitos visuais é, indiscutivelmente, o melhor de toda a trilogia) e por este motivo não vencerá o prêmio sob hipótese alguma. “A Bússola de Ouro”, por si só, é um filme que conta com ótimos efeitos visuais e tem alguma (na verdade, pouquíssima) chance contra “Transformers”.


Melhor Figurino:


Vencerá: “Desejo e Reparação

Por que?: Diferentemente da categoria “Melhor Trilha-Sonora”, este prêmio, ao invés de “prêmio de consolação” seria uma forma de reconhecer as tendências que o filme acabou lançando no quesito vestuário, dentre as quais cito o vestido verde de Keira Knightley.


Deveria vencer: “Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet

Por que?: Adorei o vestuário gótico-vitoriano (assim como tudo no filme é gótico-vitoriano) deste longa. O figurino se assemelha de forma incrível com as vestimentas daquela época. Isso sem contar que o decote de Helena Bonham Carter é sensacional (Ah!!! Me excito só de lembrar).


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “Piaf – Um Hino ao Amor

Por que?: Assim como a maquiagem, o figurino é outra característica que torna este longa algo acima da média, além de transferir uma forte dose de glamour ao mesmo. Não fosse por “Desejo e Reparação” eu não sei não...


Melhor Fotografia:


Vencerá: “O Assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford

Por que?: Na verdade estou com uma dúvida terrível entre este longa e “Desejo e Reparação”. Contudo, se Melhor Trilha-Sonora vai para o longa de Wright como uma espécie de “prêmio de consolação”, creio que a mesmíssima coisa ocorrerá com este “O Assassinato de Jesse James...” nesta categoria de Melhor Fotografia, já que o longa também é muito benquisto pela Academia e a mesma não deixará o mesmo sair de mãos abanando.


Deveria vencer: “O Assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford

Por que?: Porque a fotografia em si é estupendamente fantástica e confere uma beleza fora do comum ao mesmo. A recriação do oeste longínquo, as paisagens, milharais cobertos de neve, tudo isso é fantástico e faz do longa em questão um merecedor deste prêmio.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “Desejo e Reparação” e “Sangue Negro”:

Ambos os filmes estão sendo muito bem elogiados por críticos do mundo todo no que se refere ao quesito fotografia, muitos inclusive, lançam os mesmos como prováveis ganhadores do Oscar. A mim, não me surpreenderia nem um pouco caso um dos dois faturasse o prêmio, apesar de achar “O Assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford” infinitamente superior neste quesito.


Melhor Direção de Arte:


Vencerá: “Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet

Por que?: A recriação de uma Londres gótico-vitoriana atingiu os limites da perfeição e a Direção de Arte fez o possível para proporcionar o clima psicótico-sútil que o roteiro do filme exigia. Uma das categorias mais previsíveis até então.


Deveria vencer: “Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet

Por que?: Pelos mesmíssimos motivos supracitados.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “Sangue Negro

A Academia parece ter adorado a recriação da Califórnia do início do Século XX demonstrada neste filme, mas não tanto quanto adorou a recriação da Londres gótico-vitoriana adotada em “Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”.


Melhor Montagem:


Vencerá: “Onde os Fracos Não Têm Vez

Por que?: A mesma estória narrada sob três perspectivas. Tudo para virar uma bagunça, não? Errado, a montagem de “Onde os Fracos Não Têm Vez” é competente o bastante para isso e certamente agradou os membros da Academia.


Deveria Vencer: “Onde os Fracos Não Têm Vez

Por que?: Mesmo não o considerando uma obra-prima, digo que “Onde os Fracos Não Têm Vez” é um filme fantástico e um de seus melhores atributos reside na montagem que confere bastante ritmo ao mesmo. Sem dúvida o Oscar para o filme dos Coen seria muitíssimo justo.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “Sangue Negro

Por que?: Um filme gigantesco com uma estória que narra a ganância humana parecem os ingredientes perfeitos de uma obra cinematográfica cansativa. Acontece que a Edição dinâmica deste “Sangue Negro” em momento algum torna o filme cansativo. Mesmo não sendo tão perfeita quanto a de seu maior concorrente neste Oscar, a edição do filme de Paul Thomas Anderson é ótima e tem fortes chances de tirar o Oscar do filme dos Coen.


Melhor Roteiro Adaptado:


Vencerá: “Sangue Negro

Por que?: A Academia, assim como eu, parece considerar a maior qualidade de um filme a maneira como o seu roteiro aborda o protagonista. Aqui a abordagem foi feita da maneira mais convincente o possível, transformando Daniel Plainview em um personagem tão marcante quanto Charles Foster Kane.


Deveria vencer: “Sangue Negro

Por que?: Conforme mencionei acima, o roteiro de “Sangue Negro” realiza com maestria a abordagem de seu protagonista. Assim como outras grandes obras-primas do Cinema, “Sangue Negro” é sublime ao iniciar um processo de construção e, logo em seguida, destruição de seu protagonista.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “Onde os Fracos Não Têm Vez

Por que?: O roteiro dos Coen é dinâmico, revolucionário e inovador. Os membros da Academia adoram indicar e até mesmo premiar filmes assim. Quer uma prova disso? Vide em 1.995 quando “Pulp Fiction” venceu melhor roteiro original. O problema é que “Pulp Fiction” não contava com um concorrente tão forte quanto “Sangue Negro”.


Melhor Roteiro Original:


Vencerá: “Juno

Por que?: O roteiro de “Juno” aborda um problema contemporâneo altamente sério de maneira leve, inteligente, descompromissada e divertida, assim como “Pequena Miss Sunshine” (apesar de eu não gostar deste filme) fez no ano retrasado e faturou este mesmíssimo prêmio. A vitória de “Juno” nesta categoria é uma das maiores certezas deste Oscar.


Deveria vencer: “Juno

Por que?: Acredito já der dito inúmeras vezes que sou fã incondicional deste “Juno” mesmo reconhecendo que o longa conta com uma série de defeitos. O seu roteiro é extremamente cativante, simples e ao mesmo tempo reflexivo e inteligente. Os diálogos são ásperos e dinâmicos, a abordagem da personagem também é muito convincente. Inquestionavelmente merece levar o prêmio.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “Conduta de Risco

Por que?: O roteiro deste longa aborda um tema mais, digamos, politizado que “Juno” e apesar disto não ser pretexto o bastante para faturar o prêmio, coloca o longa em questão em um patamar à altura de seu maior concorrente.


Melhor Atriz Coadjuvante:


Vencerá: Tilda Swinton por “Conduta de Risco

Por que?: Ao contrário de muitos cinéfilos que apostam todas as suas fichas em Cate Blanchett por “Não Estou Lá”, eu acredito que Tilda Swinton acabe faturando este prêmio como uma espécie de “prêmio de consolação” (quantos “prêmios de consolação” teremos este ano, hein?) pelos Oscar que “Conduta de Risco” não irá levar.


Deveria vencer: Saoirse Ronan por “Desejo e Reparação

Por que?: Sou fã incondicional de Cate Blanchett, mas ainda não assisti a “Não Estou Lá”. De resto, pude conferir as demais atuações e digo que não gostei de nenhuma, inclusive a de Tilda Swinton que não me agradou nem um pouco. A que menos me decepcionou foi Saoirse Ronan por “Desejo e Reparação”, sendo assim, fico com ela mesmo.


Tem chances de vencer, mas não é a favorita: Cate Blanchett por “Não Estou Lá

Por que?: Novamente invoco a frase de Meryl Streep: “Oscar é 90% de política e 10% de merecimento”. Não assisti a “Não Estou Lá”, como já disse antes, mas levando em conta que Cate Blanchett levou este mesmo prêmio muito recentemente por “O Aviador” duvido muito que ela fature-o novamente este ano, apesar de ter uma ou outra esperança.


Melhor Ator Coadjuvante:


Vencerá: Javier Bardem por “Onde os Fracos Não Têm Vez

Por que?: Ao lado de “Melhor Ator” este será o prêmio mais previsível do Oscar neste ano. Bardem realmente fez por merecer e a badalação por trás de sua atuação é cada vez maior (ao contrário do filme em que atuou). Dificilmente o ator perderá essa disputa.


Deveria vencer: Javier Bardem

Por que?: Seu personagem em “Onde os Fracos Não Têm Vez” é extremamente estereotipado e, não fosse a perfeita composição de Bardem, o mesmo teria me irritado intensamente. O ator é, disparado, o melhor dentre os demais candidatos e merece a premiação.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: Casey Affleck por “O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford”.

Por que?: Suas chances são quase nulas, mas ainda assim é o único que, mediante um milagre, poderia tirar o prêmio das mãos de Bardem. Sua atuação é muito boa, mas além desta não se igualar a de Javier Bardem, sua carreira é curta demais para ser agraciada com um prêmio desta qualidade.


Melhor Atriz:


Vencerá: Julie Christie por “Longe Dela

Porque?: Lembro-me perfeitamente de ter indicado Marion Cotillard como favorita para o Oscar, mas na época estava agindo mais com o coração que com a cabeça. Agora, mais próximo do Oscar (que na verdade será hoje) vejo que Christie tem mais chances que Cotillard. A atuação da francesa é superior que a de Christie, mas não tem como negar o conservadorismo da Academia e a preferência dos membros da mesma por uma atuação na língua inglesa. Isso sem contar que Christie foi imortalizada por sua atuação marcante no sensacional “Dr. Jivago”, como Lara Antipova, fato que a transforma em uma das queridinhas da Academia.


Deveria vencer: Marion Cotillard por “Piaf – Um Hino ao Amor

Por que?: Mesmo não sendo um grande fã de “Piaf” devo reconhecer que a atuação de Cotillard foi magistral e extremamente cativante. A maneira como encarna a protagonista é fantástica e digo que sua vitória é muito mais merecida que a de Christie (que também se saiu muito bem, diga-se). Mas é aquela velha estória de política e reconhecimento que Meryl Streep disse uma vez e eu fiz tanta questão de relembrar durante este artigo.


Tem chances de vencer, mas não é a favorita: Marion Cotillard por “Piaf – Um Hino ao Amor

Por que?: Mesmo não sendo uma atuação em língua inglesa, o trabalho de Cotillard aqui é agraciado por críticos do mundo todo. Vale lembrar também que, vez ou outra, em raríssimos casos, a Academia abandona o seu conservadorismo bairrista e opta por fazer justiça, mas duvido muito que isso realmente venha a acontecer.


Melhor Ator:


Vencerá: Daniel Day-Lewis por “Sangue Negro

Por que?: Day-Lewis encarna seu personagem neste filme de forma tão fantástica que chegou a ser comparado com a atuação de Orson Welles por “Cidadão Kane”. Isto sem contar que o ator é muito cultuado, mas nunca levou um prêmio, sendo que este ano deverá ser feita a justiça. Um dos Oscar mais previsíveis deste ano.


Deveria vencer: Daniel Day-Lewis por “Sangue Negro

Por que?: Para mim, a melhor atuação masculina deste século. Só isto já basta.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: Jhonny Depp por “Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet

Por que?: A atuação de Depp foi fantástica, mas não chegou aos pés da de Day-Lewis. Mesmo assim Depp, como sempre, se mostrou um ator versátil, realizando aqui uma de suas melhores atuações. Isto sem contar que ele é outro ator cultuado que nunca levou o prêmio da Academia. De qualquer forma, Day-Lewis não será derrotado de maneira nenhuma.


Melhor Diretor:


Vencerá: Joel e Ethan Coen por “Onde os Fracos Não Têm Vez

Por que?: Ultimamente a Academia parece estar cada vez mais preocupada em reparar os erros do passado e é óbvio que a mesma errou, e muito, com os irmãos Coen e Paul Thomas Anderson. Sendo assim, os membros tentarão compensar ambos os lados, conferindo Melhor Filme a um e Melhor Diretor a outro. Partindo dos pressupostos de que “Sangue Negro” vencerá Melhor Filme e de que este ano não teremos uma dobradinha que nem no ano passado (Martin Scorsese e “Os Infiltrados”), aposto em Joe e Ethan Coen para melhores diretores do ano.


Deveria vencer: Joel e Ethan Coen por “Onde os Fracos Não Têm Vez

Por que?: O lado bom de poder opinar subjetivamente é não ter de se apegar às politicagens e conservadorismos da Academia. Longe de almejar compensar os Coen pela carreira de ambos, conferiria o Oscar aos mesmos de maneira individual, sem pensar nos trabalhos anteriores que eles fizeram. A direção destes em “Onde os Fracos Não Têm Vez” foi realmente a melhor do ano, tanto no que diz respeito à condução da estória, quanto na movimentação da câmera, condução de elenco e criação de ângulos sensacionais.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: Paul Thomas Anderson por “Sangue Negro

Por que?: Como havia dito, creio que seja muito difícil termos uma dobradinha este ano entre Melhor Diretor e Melhor Filme. Caso os críticos prefiram votar em “Onde os Fracos Não Têm Vez”, em virtude à badalação por trás deste, creio que Melhor Diretor ficaria para Paul Thomas Anderson, como uma forma extremamente politizada de compensar um, na medida em que tirou do outro.


Melhor Filme:


Vencerá: “Sangue Negro

Por que?: Enfim a categoria mais aguardada e, por que não dizer, mais imprevisível. A maioria das pessoas aposta em “Onde os Fracos Não Têm Vez” devido à badalação que o mesmo vinha tendo nos últimos meses. O problema é que tal badalação vem esfriando cada vez mais, a ponto de o filme ter sido parcialmente esquecido nesta reta final. Por outro lado, “Sangue Negro” foi o último indicado a Melhor Filme a estrear e isso conferiu um forte fôlego ao mesmo. Isso sem contar que “Onde os Fracos Não Têm Vez” é um filme inovador demais para receber um Oscar de Melhor Filme, ao passo que “Sangue Negro” segue mais os padrões da Academia.


Deveria vencer: “Sangue Negro

Por que?: Simplesmente porque é uma das melhores obras cinematográficas lançadas neste novo milênio. O filme é fantástico, não é tão inovador quanto “Onde os Fracos Não Têm Vez”, mas certamente marcará muito mais época que este. Daqui a trinta anos todos se lembrarão de “Sangue Negro”, todos se lembrarão de Daniel Day-Lewis, ao passo que “Onde os Fracos Não Têm Vez” e Javier Bardem serão lembrados a daqui, no máximo, dez anos. O “Cidadão Kane” do Século XXI não pode ficar sem o Oscar de Melhor Filme de jeito nenhum.


Tem chances de vencer, mas não é o favorito: “Onde os Fracos Não Têm Vez

Por que?: Uma coisa é óbvia no Oscar deste ano: a disputa está nas mãos de “Sangue Negro” e “Onde os Fracos Não Têm Vez”. Talvez, em virtude desta briga entre ambos, “Conduta de Risco” possa abrir alguma vantagem, mas eu sinceramente duvido muito que isto venha acontecer. Como já disse inúmeras vezes, a Academia irá, nesta 80ª edição do Oscar, reparar os erros que já cometeu contra Anderson e os Coen, portanto, caso “Sangue Negro” perca a disputa, o prêmio certamente irá para os Coen.



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