domingo, 10 de fevereiro de 2008

Crítica - Os Indomáveis

Uma das grandes injustiças do Oscar deste ano parece ter sido a triste esnobada dos membros da Academia em relação a este ótimo “Os Indomáveis” (mais uma vez digo que nada tenho contra títulos nacionais, mas este é mais um exemplo onde o título original seria muito mais condizente com o filme em si) às categorias principais. Filmes como “Sangue Negro” e “Onde os Fracos Não Têm Vez” se revelaram exemplos bem sucedidos (sobretudo o primeiro) da volta dos westerns às telonas, mas vale lembrar que ambos não podem ser considerados necessariamente filmes de ação e/ou aventura, mas sim dramas. Um clássico exemplo contemporâneo de western a lá Sergio Leone e John Ford é este “Os Indomáveis”, um filme de ação que, mesmo com seus defeitos, fica bem acima da média e prova que o gênero ainda tem muito a oferecer a Sétima Arte.






Ficha Técnica: Em Andamento



Sinopse: Daniel Evans (Christian Bale) é um jovem rancheiro escolhido pelo xerife para escoltar Ben Wade (Russel Crowe), um perigoso líder de uma gangue, até o tribunal de Yuma, no Colorado. Mas ao chegar lá, o rapaz é surpreendido pelo bando do criminoso disposto a tudo para libertá-lo. A partir daí, é iniciada uma forte batalha entre as gangues rivais.



3:10 to Yuma Trailer

3:10 to Yuma Trailer 2





Crítica:



Um grande problema ao se adaptar um filme relativamente antigo nos dias atuais está na maneira como o original envelheceu com o passar do tempo. Nunca assisti a “Galante e Sanguinário” (filme que servira de inspiração a este “Os Indomáveis”), mas certamente o longa não envelhecera bem o bastante (não se ouve falar tanto dele quanto de outros westerns) a ponto de receber uma adaptação perfeita do ponto de vista artístico. Aquilo que poderia passar despercebido na década de 50, soa como clichê nos dias de hoje. Aquilo que aparentava ser uma sinopse bastante interessante na década de 50, soa extremamente batida atualmente (tanto que nos últimos anos, sinopses semelhantes foram utilizadas em vários outros filmes). “Os Indomáveis”, infelizmente, sofre destes graves problemas que parecem ter se aflorado na obra antes mesmo desta ter o seu argumento concluído. Por outro lado, o longa foi cuidadosamente trabalhado em todos os seus aspectos, variando desde a Direção de Arte e Fotografia que nos introduzem a um oeste longínquo sujo, primitivo e violento, às fantásticas atuações de Russel Crowe e Christian Bale (sobretudo o primeiro que encarna seu personagem com uma naturalidade invejável) que não só duelam com armas como também com diálogos para lá de inteligentes e dinâmicos (“___Malditos trens! Nunca se pode confiar neles, não é?”, um diálogo que, dentro do contexto da obra, se encaixa muitíssimo bem). O desenvolvimento de seus personagens também é extremamente bem feito. Em um filme menos inteligente (lembrei-me de “16 Quadras” agora), teríamos apenas um protagonista que almeja transportar um prisioneiro de um lugar para o outro e receber a recompensa pelo serviço. Aqui, a dinâmica entre protagonista e prisioneiro é trabalhada com muito cuidado, uma vez que o passado de ambos vai sendo revelado aos poucos, fazendo com que, além de nos apegarmos aos mesmos, descubramos o porquê de suas crises atuais. O longa conta com um final deveras imprevisível, mas que, infelizmente, nos apresenta a uma mudança para lá de artificial no caráter do antagonista.



Avaliação Final: 8,0 na escala de 10,0.



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