quinta-feira, 9 de abril de 2009

Monstros vs. Alienígenas - *** de *****

Fui ao Shopping Center local apenas para dar uma outra passadinha pelas Lojas Americanas (estou virando garoto-propaganda da empresa) e comprar mais dois DVDs baratíssimos (os filmes da vez foram os excelentes “A Lista de Schindler” e “Spartacus”, por apenas R$ 12,90 o primeiro e R$ 16,90 o segundo), mas não resisti à tentação e passei pelo cinema. Desta vez havia poucos pirralhos na fila, decidi então arriscar e entrar na sessão de “Monstros vs. Alienígenas”. O resultado? Gostei muito. Assisti uma vez a versão 3D (e não irei comentar os recursos de tal tecnologia em meu texto pelos mesmíssimos motivos descritos na pré-crítca de “Bolt – Supercão”) e, logo em seguida, percebi que seria exibida a versão original, com áudio em inglês. Aproveitei a oportunidade e assisti ao filme pela segunda vez (sorte que escrevo para um jornal filiado à rede de cinema de minha cidade, o que me isenta de pagar ingresso, pois, do contrário, seriam R$ 12,00 a menos em meu mais do que apertado orçamento). Constatei que tanto em sua versão original quanto na dublada em português (isso, é claro, se tiver a tal da tecnologia 3D nos cinemas de sua cidade, pois a dublagem em si não é das melhores), a nova animação da DreamWorks revela-se bacana, como veremos mais abaixo.


Ficha Técnica:
Título Original: Monsters Vs. Aliens.
Gênero: Animação.
Tempo de Duração: 94 minutos.
Ano de Lançamento: 2009.
Site Oficial: http://www.monstrosvsalienigenas.com.br/
Nacionalidade: Estados Unidos da América.
Direção: Rob Letterman e Conrad Vernon.
Roteiro: Maya Forbes, Wallace Wolodarsky, Rob Letterman, Jonathan Aibel e Glenn Berger, baseado em estória de Conrad Vernon e Rob Letterman.
Elenco: Reese Whiterspoon (Susan Murphy / Ginórmica), Seth Rogen (B.O.B.), Hugh Laurie (Dr. Barata), Will Arnett (Elo Perdido), Kiefer Sutherland (General W.R. Monger), Rainn Wilson (Gallaxhar), Stephen Colbert (Presidente Hathaway), Paul Rudd (Derek Dietl), Julie White (Wendy Murphy), Jeffrey Tambor (Carl Murphy), Amy Poehler (Computador), Renée Zellweger (Katie), Josh Krasinski (Cuthbert), Sean Bishop (Recruta Bulhorn / Piloto do helicóptero / Conselheiro Ortega), Bo Dietl (Comandante / Conselheiro Smith) e Ed Helms (Repórter da TV).

Sinopse: Susan (Reese Whiterspoon) é atingida por um meteoro no dia de seu casamento e ganha superpoderes. A garota é então capturada e levada a uma área secreta onde monstros bizarros, a maioria vítima de experimentos científicos malsucedidos, vivem em uma espécie de colônia. É quando é anunciada uma invasão alienígena que pretende escravizar o planeta Terra que Susan e seus novos amigos juntam forças para proteger o mundo.

Monsters vs. Aliens – Trailer:



Crítica:

Eis um filme que me surpreendeu. Fui ao cinema conferir “Monstros vs. Alienígenas” com a impressão de que este seria um típico exemplar “dreamworkiano” (sim, sei muito bem que tal palavra não existe e a escrevi erroneamente de propósito, antes que algum outro infeliz passe por aqui criticando isso, conforme ocorreu na análise de “Um Ato de Liberdade”. A propósito, este texto inteiro irá conter inúmeras palavras inexistentes, sendo que todas elas estarão entre aspas duplas), ou seja, uma animação graficamente perfeita, mas com excesso de gritaria por parte dos personagens, que só conseguem anunciar a sua presença na trama através dos berros proferidos da forma mais alarmante o possível, já que não contam com um pingo de carisma sequer (lembrei-me do superestimado “Kung Fu Panda”). Entretanto, a impressão que tive após a sessão (ou melhor, as sessões, uma vez que assisti ao filme duas vezes, uma na versão original (ou seja, com o som em inglês) e outra na versão dublada, com os recursos 3D ativados) foi a de que havia visto algo bem diferente do que esperava, tanto no que se refere à parte gráfica da obra, quanto no que se refere à trama desta.

Graficamente falando, o filme fica aquém das demais animações da Dreamworks. Se em “Kung Fu Panda” víamos, com uma perfeição incrível diga-se, o reflexo de Po em um pedaço de metal, em “Monstros vs. Alienígenas” as faces de seus personagens humanos parecem um tanto o quanto “emborrachadas”. O piscar de olhos da protagonista Susan (Reese Whiterspoon, emprestando uma voz bem conveniente à sua personagem), por exemplo, soa muito artificial, diferentemente da Penny (Miley Cirus) do ótimo “Bolt – Supercão”, do estúdio concorrente: a Walt Disney Pictures. Mas tal falta de naturalidade só reside mesmo nos rostos de seus personagens humanos, pois, de resto, é tudo muito bem feito. Vide a cena onde a câmera foca a protagonista pintando uma unha de sua mão direita. A impressão que temos é de que a mão é verdadeira, bem como a unha, o esmalte, e tudo mais. Tudo muito realista, de fato.

E a trama? Bastante interessante e divertida, apesar de partir de uma sinopse extremamente absurda e completamente condicionada a uma sequência bem grande de coincidências. Por que o tal meteoro tinha que cair justamente em cima de Susan e bem no dia de seu tão sonhado casamento? Ah sim, devemos levar em conta que tal ocorrido, e em tal ocasião, viria a trazer uma lição bastante proveitosa à vida da personagem. Mas aí eu pergunto, tal lição não poderia ter sido transmitida pelo roteiro de um modo que explorasse menos certas coincidências e desenvolvesse a trama de um modo mais, digamos, natural? Receio que sim.

Contudo, o filme conta com uma qualidade que a grande maioria das animações realizadas pela DreamWorks não contam: personagens simpáticos e verdadeiramente divertidos. Longe de serem iguais aos animais insuportavelmente azucrinantes e irritantes do fraquíssimo “Madagascar” (exceto os pingüins, que eram umas “figuraças”), os personagens de “Monstros vs. Alienígenas” são divertidos na medida certa e sem passar dos limites, sobretudo o hilário, nonsense e simpaticamente imbecil B.O.B. (que ganha ainda mais força graças à cômica voz de Seth Rogen) e o genial e “abilolado” Dr. Barata (e a risada que Hugh Laurie usa para compô-lo é, desde já, clássica). Talvez o vilão Gallaxhar seja a única ressalva que possa ser feita no que se refere às figuras que constituem o hall de personagens da animação, já que ele é caricato demais, mas não há como deixar de reparar que o mesmo é ligeiramente divertido, principalmente pelos seus trejeitos levemente desengonçados.

“Monstros vs. Alienígenas”, enfim, seria uma produção que funcionaria bem melhor caso o seu roteiro fosse dotado de uma ação mais tensa e de uma comédia mais ousada (e nem sempre sátiras de filmes famosos são o suficiente para fazer o espectador rir, “Super-Heróis – A Liga da Injustiça” que o diga), mas a simpatia e a diversão transmitidas através de seus personagens unidas à trama absurda, mas engraçadinha (o que não quer dizer que seja tão cômica o quanto deveria) fazem com que a mais nova produção da DreamWorks Animation mereça que você dê uma “esticada” ao cinema mais próximo de sua residência.

Avaliação Final: 7,0 na escala de 10,0.

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