domingo, 18 de maio de 2008

Crítica - Speed Racer

Estes dias estive pensando na possibilidade de aumentar meus textos de 25 para aproximadamente 35 linhas, podendo atingir um limite de até 40 linhas. Sinceramente, estava considerando minhas críticas muito curtas e nem sempre era capaz de redigir todas as minhas opiniões em um texto tão pequeno quanto os que escrevia outrora. Por este motivo, decidi estendê-los de uma maneira que não ficassem nem extensos e nem breves demais. Se a experiência dará certo, não sei dizer, só sei que farei o possível para tornar minhas análises ainda mais aprofundadas. Quanto ao filme “Speed Racer”, só tenho a dizer que não me satisfez nem um pouco, muito pelo contrário. No entanto, ao menos desta vez farei o possível para não utilizar os diversos clichês que o mesmo possui como base para os comentários negativos que tecerei contra o mesmo.




Ficha Técnica:
Título Original: Speed Racer
Gênero: Aventura
Tempo de Duração: 135 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2008
Site Oficial: www.speedracerofilme.com.br
Estúdio: Warner Bros. Pictures / Anarchos Productions / Village Roadshow Pictures / Silver Pictures
Distribuição: Warner Bros.
Direção: Andy Wachowski e Larry Wachowski
Roteiro: Andy Wachowski e Larry Wachowski, baseado em série de TV criada por Tatsuo Yoshida
Produção: Grant Hill, Joel Silver, Andy Wachowski e Larry Wachowski
Música: Michael Giacchino
Fotografia: David Tattersall
Desenho de Produção: Owen Paterson
Direção de Arte: Hugh Bateup, Marco Bittner Rosser, Stephan O. Gessler, Sebastian T. Krawinkel e Anja Müller
Figurino: Kym Barrett
Edição: Roger Barton e Zach Staenberg
Efeitos Especiais: CIS Hollywood / Evil Eye Pictures / CafeFX / BUF / Industrial Light & Magic / Lola Visual Effects / Digital Domain / Proof / Rainmaker Animation & Visual Effects / Gentle Giant Studios / Halon Entertainment / Rising Sun Pictures / Sony Pictures Imageworks

Elenco: Emile Hirsch (Speed Racer), Nicholas Elia (Speed Racer - jovem), Susan Sarandon (Mãe), Melissa Holroyd (Professora de Speed), Christina Ricci (Trixie), Ariel Winter (Trixie - jovem), Scott Porter (Rex), Kick Gurry (Sparky), Christian Oliver (Snake Oiler), John Goodman (Pops), Mark Zak (Blackjack Benelli), Paulie Litt (Gorducho), Matthew Fox (Corredor X), Nayo Wallace (Minx), Roger Allam (Royalton), Cosma Shiva Hagen (Gennie), Ralph Herforth (Cannonball Taylor), Rain (Taejo Togokhan), Hiroyuki Sanada (Sr. Musha) e Richard Roundtree (Ben Burns).


Sinopse:


Speed Racer (Emile Hirsch) é um jovem extremamente rápido nas pistas de corrida. Nascido para competir, Speed é agressivo, instintivo e destemido ao volante. O único oponente à sua altura é a lembrança de seu falecido irmão, o lendário Rex Racer, o qual idolatrava. Quando Speed dispensa uma lucrativa e tentadora oferta da empresa Royalton Industries isto deixa o dono da companhia, Royalton (Roger Allam), furioso. Logo Speed faz uma importante descoberta: que os resultados de algumas das corridas mais importantes da temporada são pré-determinadas por um grupo de magnatas impiedoso, que manipula os principais corredores para aumentar seus lucros. Com isso a única maneira de Speed salvar os negócios da família é derrotando Royalton em seu próprio jogo. Para tanto ele recebe a ajuda de Trixie (Christina Ricci), sua fiel namorada, e se junta ao seu antigo rival, o Corredor X (Matthew Fox), para enfrentar o mortal rally, que tirou a vida de seu irmão tempos atrás.


Speed Racer – Trailer


Crítica:


Lamentavelmente, este “Speed Racer” corre o sério risco de ser a válvula propulsora de uma geração de sujeitos imbecis apaixonados por velocidade, assim como “Velozes e Furiosos” também o foi. Não bastasse isso, o roteiro parvo do filme pode ocasionar também o alvorecer de uma geração deveras patética e adoradora de carros tunados e turbinados. Ou talvez não, talvez o novo longa dos irmãos Wachowsky, felizmente, caia no esquecimento e não sirva de influência assim como o patético “Velozes e Furiosos” serviu.


Conforme mencionei na pré-crítica deste filme, evitarei utilizar os inúmeros clichês e estereótipos que o longa possui como base para avaliá-lo negativamente, até mesmo porque, devido aos inúmeros defeitos que esta bomba possui pode-se avacalhar a mesma tranquilamente sem precisar apelar para a falta de originalidade de seu roteiro.


E falando em roteiro, que aeroporto de frivolidades é isto, não? A estória, além de pouco original, beira o ridículo e, devido às inúmeras e desnecessárias explicações que o filme faz questão de realizar, se torna extremamente confusa, por mais incrível que isso possa parecer. Os diálogos extrapolam as margens do piegas e do melodramático, principalmente na cena onde o protagonista justifica os motivos pelo qual rejeita a proposta comercial do vilão do filme.


Por falar, em protagonista e vilão, é lamentável vermos a maneira artificial como ambos são desenvolvidos pelo roteiro. O “mocinho” é o sujeito que tenta ser bom caráter o tempo todo, mas, incongruentemente, demonstra uma total falta de ética enquanto pilota o seu veículo nas pistas. O “vilão” então é mais artificial ainda, sendo o típico empresário inescrupuloso.


Mas nada supera a facilidade que esta porcaria tem para irritar o espectador, principalmente quando opta por pender para o lado da comédia. Repleto de piadinhas sem graça (sobretudo as protagonizadas pelo irmão caçula de Speed Racer: Gorducho, e pelo macaco Zequinha (quem teria sido o imbecil responsável pela tradução dos nomes dos personagens?), uma das duplas mais idiotas de todos os tempos) e diálogos ainda mais ridículos (“Aquilo era um ninja?” ___ Pergunta uma personagem. O outro responde: “___ Estava mais para um não-já!” (a propósito, é bom os “roteiristas” de “A Praça é Nossa” e “Zorra Total” assistirem a este filme e anotarem todas as “piadas” do mesmo, assim quem sabe eles transformam aqueles programas ridículos em algo ainda mais pavoroso).


Contudo, deve-se reconhecer as qualidades do longa (fazer o quê, não é?). Se o roteiro beira o ridículo (salvo no final quando demonstra resquícios de inteligência) e as atuações não convencem nem um pouco, ao menos temos a parte técnica que, sim, é perfeita. A direção de arte constrói carros para lá de magníficos, a fotografia nos apresenta a cenários mirabolantes (preste atenção na beleza plástica que são as pistas de corrida, algo que parece ter saído de um sonho) e os efeitos visuais dão mais ritmo e emoção às corridas devastadoras (que só não são mais devastadoras ainda devido à direção histérica e artificial dos Wachowsky).


Avaliação Final: 4,0 na escala de 10,0.


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