sábado, 26 de abril de 2008

Crítica - Na Natureza Selvagem

Completando a minha saga de assistir a filmes cujos protagonistas se revelam altamente subversivos, decidi assistir a este sensacional e recente “Na Natureza Selvagem”. Confesso ser um pouco suspeito para falar de tal filme, pois ele reúne tudo o que mais me chama a atenção em uma obra cinematográfica: um personagem idealista e desregrado a bens mateirias, uma trilha sonora composta e interpretada pelo líder de uma de minhas bandas prediletas (no caso o intérprete é Eddie Vedder, líder da banda Pearl Jam) e ideais niilistas passivos abordados e debatidos de uma maneira raramente vista em Hollywood. Isso sem contar o espírito aventureiro do protagonista, que condiz completamente com a minha personalidade (mesmo sendo sedentário ao extremo, sinto que há um viajante incansável dentro de mim).







Ficha Técnica:
Título Original: Into the Wild
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 140 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2007
Site Oficial: http://www.intothewild.com/
Estúdio: Paramount Vantage / Art Linson Productions / River Road Films / Into the Wild
Distribuição: Paramount Pictures / UIP
Direção: Sean Penn
Roteiro: Sean Penn, baseado em livro de Jon Krakauer
Produção: Art Linson, Sean Penn e William Pohlad
Música: Michael Brook, Kaki King e Eddie Vedder
Fotografia: Eric Gautier
Desenho de Produção: Derek R. Hill
Direção de Arte: Domenic Silvestri
Figurino: Mary Claire Hannan
Edição: Jay Cassidy
Efeitos Especiais: Entity FX
Elenco: Emile Hirsch (Christopher McCandless), Marcia Gay Harden (Billie McCandless), William Hurt (Walt McCandless), Jena Malone (Carine McCandless), Brian Dierker (Rainey), Catherine Keener (Wayne Westerberg), Kristen Stewart (Tracy), Hal Holbrook (Ron Franz), Zach Galifianakis (Kevin), Robin Mathews (Gail Borah), Bryce Walters (Christopher McCandless - 4 anos) e Steven Wiig (Steve Koehler).



Sinopse: Traumatizado com as sérias discussões dos pais por motivos financeiros e completamente indisposto a levar uma vida “normal” como a maioria das pessoas o fazem, Christopher McCandless (Emile Hirsch) abandona toda a vida confortável que possuía e parte em uma viagem rumo ao Alasca, local em que pretende viver o resto de seus dias, longe da civilização e de bens materiais, convivendo unicamente com a natureza selvagem. Baseado em fatos reais.



Into The Wild – Trailer

Into The Wild – Trailer 2



Crítica:



Da mesma forma que considero o magnífico “Clube da Luta” o maior e mais aprofundado estudo sobre o niilismo ativo que o Cinema já produziu, passo a considerar este “Na Natureza Selvagem” o maior e mais aprofundado estudo sobre o niilismo passivo que a sétima Arte já realizou. Baseado na estória real de Christopher McCandless (Emile Hirsch em uma atuação ainda mais impecável que a realizada no ótimo “Alphadog”), o filme conta com um roteiro que se mostra extremamente sublime não só na construção de seu protagonista, como também na construção dos personagens secundários (que são muito numerosos e todos bastante interessantes), na elaboração dos motivos que realmente levaram Chris a cometer tal ato “insano” (se é que se pode alcunhar de insano tal ato) e no desenvolvimento da estória em si, tal como a brilhante decisão de dividi-la em capítulos cujos títulos nos remete à sensação do nascimento e amadurecimento de um novo ser dentro do protagonista. Por exemplo, quando Chris decide dar intróito a este novo estilo de vida que almejou seguir, o capítulo I do filme recebe a alcunha de “Nascimento”, ao passo que, o último capítulo, que é justamente quando o personagem atinge o auge de sua aventura, ou seja, amadurece ao extremo, recebe o título de “Sabedoria”. A estrutura narrativa do filme também é um espetáculo a parte e opta inteligentemente por alternar entre seguir uma seqüência linearmente episódica enquanto narra a estória principal do longa e uma estrutura não-linear quando mostra, através de flashbacks¸ o passado de Chris, realizando um amplo estudo dos motivos que o levou a tomar tais decisões no início de sua vida adulta. A fotografia de “Na Natureza Selvagem” é, disparada, uma das maiores qualidades do longa e é ainda mais engrandecida devido à direção magnífica de Sean Pean. E falando em Pean, o diretor realiza aqui um trabalho digno do Oscar que nem ao menos concorreu, ofertando ao público uma direção ágil, revolucionária e repleta de deeps, horizontals e verticals travelings. O melhor road-movie que já tive a oportunidade de assistir.



Avaliação Final: 10,0 na escala de 10,0.



______________________________________________________________________

Nenhum comentário: