domingo, 27 de abril de 2008

Crítica - Viagem à Lua

Há muito tempo almejava assistir à obra-prima de Georges Méliès e finalmente tive a oportunidade de fazê-lo ontem (26/04/2008). No entanto, pensei seriamente se seria viável analisar e publicar uma crítica sobre o mesmo ou não. Primeiramente, o problema ao se avaliar um filme como este começaria na simplicidade do mesmo. Nos dias atuais um filme como “Viagem à Lua” soaria algo extremamente tolo e simplório, mas ao avaliar uma película deve-se sempre levar em conta o período em que o mesmo fôra lançado nos cinemas de todo o mundo. Sendo assim, em 1902, uma obra como esta soaria um tanto o quanto ousada e revolucionária (sim, pois o homem só veio a pisar na lua 67 anos depois). Outro problema sério residiria no formato do texto. Sempre utilizo exatas 25 linhas de texto para redigir um artigo, mas como seria capaz escrever 25 linhas sobre um filme de apenas 12 minutos e extremamente simples? Enfim, darei início à crítica e veremos como me sairei (confesso que estou encarando isso como um árduo desafio).







Ficha Técnica:
Título Original: Le Voyage Dens La Lune
Gênero
: Ficção Científica, Aventura e Fantasia
Tempo de Duração: 12 minutos
Ano de Lançamento (França): 1902
Direção: Georges Méliès
Roteiro: Georges Méliès, Jules Vernes e H. G. Wells
Produção: Georges Méliès
Fotografia: Michaut e Lucien Tainguy
Desenho de Produção: Georges Méliès
Direção de Arte: Claudel
Elenco: Victor André (Astrônomo), Bleuette Bernon (Dama da Lua), Brunnet (Astrônomo), Jeanne d'Alcy (Astrônomo), Henri Delannoy (Capitão da Nave), Depierre (Astrônomo), Farjaut (Astrônomo), Kelm (Astrônomo) e Georges Méliès (Prof. Barbenfouillis).



Sinopse: Após trabalharem e porem em prática um projeto inédito de viagem à Lua, um grupo de cientistas se vê em sérios perigos quando pisam em solo lunar e são capturados por extra-terrestres.



Le Voyage Dens La Lune – Complete Movie



Crítica:



Como havia mencionado acima na pré-crítica deste filme, é extremamente complexo analisar este “Viagem à Lua” de maneira convencional, como eu geralmente faço com as demais películas. Além dos motivos supracitados há também uma diferença muito grande entre um filme pré-Griffith e um filme atual. Diferentemente das produções que estamos acostumados a assistir, a obra-prima máxima de Georges Méliès não se preocupa, em momento algum, em realizar uma ampla abordagem de seus personagens, muito pelo contrário, aqui, eles nem ao menos nomes possuem (salvo alguns). “___ E isso implica em defeito?”, me pergunta o leitor. Pois é aí que reside o maior problema, é extremamente difícil dizer se isso implica em defeito ou não. Se analisarmos “Viagem à Lua” tomando por base filmes pouco menos antigos como é o caso de “O Nascimento de Uma Nação”, “Intolerância” (ambos de D. W. Griffith) e “O Garoto” (de Charles Chaplin), isto implica em um defeito gravíssimo, contudo se avaliarmos o mesmo tomando por base filmes pouco mais antigos que ele, percebemos que esta falta de atenção para com os protagonistas da estória era uma praxe na época. O curta de Méliès soma ainda mais pontos se levarmos em conta a revolução que o mesmo causou na Sétima Arte. Além de conter uma estória ousada demais (pois como eu já mencionei acima, a primeira vez que o homem pisou em solo lunar foi 67 anos depois e na época, pensar em ir à lua já era encarado como loucura, quiçá realizar um filme sobre isso) para uma época onde o simples fato de filmar um trem chegando à estação já era motivo o bastante para alarmar o público no cinema e fazê-lo correr alvoroçado, este “Viagem à Lua” ainda revoluciona com uma fotografia que, apesar de ridícula para os padrões atuais, era belíssima na época, afinal de contas, em tempos onde a grande maioria dos filmes nem ao menos possuía um cenário, era extremamente fabuloso ver plantações de cogumelos gigantes, suntuosos palácios lunares, entre outras maravilhas que o curta ofereceu de magnífico em sua época.



Avaliação Final: 10,0 na escala de 10,0.



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