segunda-feira, 30 de junho de 2008

Crítica - Fim dos Tempos

Um dos motivos que mais me despertou curiosidade em assistir a este “Fim dos Tempos” foi a polêmica alastrada em torno do mesmo. Não, a polêmica não gira necessariamente em torno de qualquer questão interna abordada pelo filme, mas sim em torno das críticas e opiniões populares levantadas em cima do mesmo. Odiado pela maioria e amado por uma minoria, “Fim dos Tempos” acabou despertando o interesse em mim graças a essa divisão de opiniões. O problema é que, ao terminar de assistir à obra de Shyamalan, acabei ficando em cima do muro, mas não por receio de dar uma opinião positiva ou negativa e sim pelo simples fato de o filme ser simplesmente medíocre (e não falo no sentido pejorativo da palavra) e nada mais. Pedindo desculpas adiantadas ao leitor pelo péssimo trocadilho que irei realizar agora, digo que todas as polêmicas levantadas em cima de “Fim dos Tempos” acabam fazendo muita ventania por nada.



Ficha Técnica:
Título Original: The Happening
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 91 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2008
Site Oficial: www.fimdostempos-ofilme.com.br
Estúdio: 20th Century Fox Film Corporation / Barry Mendel Productions / Spyglass Entertainment / Blinding Edge Pictures / UTV Motion Pictures
Distribuição: 20th Century Fox Film Corporation
Direção: M. Night Shyamalan
Roteiro: M. Night Shyamalan
Produção: Barry Mendel, Sam Mercer e M. Night Shyamalan
Música: James Newton Howard
Fotografia: Tak Fujimoto
Desenho de Produção: Jeannine Claudia Oppewall
Direção de Arte: Anthony Dunne
Figurino: Betsy Heimann
Edição: Conrad Buff IV
Efeitos Especiais: Industrial Light and Magic / CafeFX / The Third Floor / Quantum Creation FX
Elenco: Mark Wahlberg (Elliot Moore), Zooey Deschanel (Alma Moore), John Leguizamo (Julian), Ashlyn Sanchez (Jess), Betty Buckley (Sra. Jones), Spencer Breslin (Josh), Jeremy Strong (Recruta Auster), Alan Ruck (Diretor), M. Night Shyamalan (Joey), Robert Lenzi (Jake), Edward James Hyland (Prof. Kendall Wallace) e Stephen Singer (Dr. Ross).


Sinopse: Após uma série de inexplicáveis suicídios em massa, o professor Elliot Moore (Mark Wahlberg) decide, junto com a esposa Alma Moore (Zooey Deschanel) abandonar a cidade em que reside e partir para o campo, onde crê que estará a salvo de tais acontecimentos. Contudo, é justamente nesta região do globo terrestre que o estranho fenômeno passa a ocorrer com mais intensidade, criando um estado de pânico e calamidade pública, obrigando o casal a fugir para salvar a própria vida.


The Happening - Trailer


Crítica:


Fim dos Tempos” é mais um destes filmes egoístas onde um gigantesco número de pessoas corre sério risco de vida, mas o roteiro insiste em voltar a atenção apenas a um minúsculo grupo de pessoas (no caso, os protagonistas da estória) e cabe a nós, espectadores, torcer para que este pequenino grupo consiga se manter vivo até o desfecho da estória, pouco nos importando o que venha a acontecer com os demais personagens. Em outras palavras, “Fim dos Tempos” (e que titulizinho mais marqueteiro e megalomaníaco este, não?) é um filme que lembra bastante “Guerra dos Mundos”, com a diferença de que aqui os predadores não são alienígenas e sim as plantas.


É isso mesmo que o leitor leu: plantas. Ao invés de seres bizarros ameaçando a humanidade, temos vegetais que, a fim de preservar a própria espécie (já que o ser humano ameaça a natureza constante e diariamente), organizam um complô contra a nossa raça liberando toxinas que inibem os instintos de autodefesa humana fazendo com que todas as pessoas infectadas com a substância lançada pelas plantas cometam suicídio (hã?).


Pois é, a estória extrapola os limites do absurdo, mas ainda assim não há como negar a originalidade da mesma e, por mais inverossímil que o argumento soe, ele tem um pouco (bem pouco, diga-se) de coerência, sendo que a natureza “vinga-se” do Homem com certa freqüência através dos desastres naturais (vide o Furacão Katrina, apenas para citar um exemplo), ainda que não o faça voluntariamente, conforme sugere o filme.


Muito se tem reclamado também de certas cenas do longa como, por exemplo, a seqüência onde um grupo de pessoas foge do vento. Pois onde muitos críticos vêem uma cena ridícula eu vejo uma cena comum, afinal de contas, o que mais poderia se esperar? Que as plantas disparassem tiros de raio laser ou liberassem um gás visível e venenoso? É lógico que se estas quisessem lançar uma toxina contra os seres humanos elas o fariam através do vento, portanto, não notei nada demais na cena, a não ser, é claro, na capacidade que Shyamalan teve para criar uma seqüência ligeiramente tensa (e já digo que era obrigação do diretor indiano ter conferido muito mais tensão ao espectador durante o desenrolar de tal seqüência) sem precisar fazer uso de efeitos especiais mirabolantes ou CGI.


Outro ponto fortíssimo do filme (e provavelmente é a maior qualidade do mesmo) reside na capacidade que este tem de criar um clima claustrofóbico e angustiante sendo que, ironicamente, 85% de sua projeção é realizada em ambientes abertos e, ao contrário da grande maioria de filmes de suspense/horror, “Fim dos Tempos” é realizado quase que inteiramente em locações abertas, fato que condiz plenamente com a sua sinopse.


Mas para que um filme deste gênero seja considerado, no mínimo, bom, é mais do que obrigatório que o mesmo contenha cenas fortes e impactantes, capazes de deixar o espectador tenso. E para deixar o espectador tenso, não basta apenas criar um clima angustiante, deve-se conseguir dar origem a cenas que causem impacto em quem está do outro lado da telona. Infelizmente, “Fim dos Tempos” conta com pouquíssimas cenas desta natureza, tais como o suicídio coletivo no Central Park e a seqüência em que nos deparamos com várias pessoas enforcadas em diversas árvores.


No final das contas, este “Fim dos Tempos” se equipara (mais uma vez peço desculpas pelo trocadilho de mau gosto) àquele vento que bate em seu rosto em uma manhã de agosto. Enquanto você sente a corrente de ar em sua face, obviamente tem ciência desta, depois que passa você simplesmente esquece que a sentiu há pouquíssimos minutos atrás.


Avaliação Final: 5,0 na escala de 10,0.


2 comentários:

Tako disse...

Sera que eu fui o unico a gostar do filme? Eu gosto do estilo de dirigir filmes deste diretor.

Daniel Esteves de Barros disse...

"O" único certamente, não, mas foi um dos poucos.